88 . Sob vigilância
Minutos depois da conversa com Kairos, segui para o hospital e Kairos foi procurar um hotel para se hospedar. Ir para o hospital fazia parte da minha rotina desde que cheguei, por mais cansativo que fosse, aquele ambiente agora me transmitia uma sensação estranha de conforto. O corredor cheirava a álcool e tranquilidade forçada, e as vozes baixas dos enfermeiros se misturavam ao som ritmado dos aparelhos.
Meu pai continuava desacordado, mas os sinais de melhora eram evidentes. Sua respiração estava mais estável, o tom de sua pele mais saudável. Quando o médico entrou para examiná-lo, permaneci em silêncio, observando cada expressão em seu rosto, tentando decifrar se havia algo de bom nas entrelinhas.
— Ele está reagindo bem — disse o médico, ajeitando os óculos. — Os sinais vitais estão fortes, e acredito que logo ele despertará.
Aquelas palavras bastaram para que algo dentro de mim se acalmasse. A sensação de alívio foi tão intensa que, por alguns segundos, senti vontade de chor