82. Um passo de cada vez
O vento leve fazia com que alguns fios do meu cabelo tocassem o rosto dele, e por um instante, tudo pareceu quieto demais — como se o mundo tivesse parado só para nós dois.
Andávamos lado a lado, e o silêncio entre nós era confortável. Eu sentia o calor da mão dele segurando a minha, firme, como se quisesse me manter perto o tempo todo. Em certo momento, sem pensar muito, ele passou para trás de mim e me abraçou pela cintura. Encostou o rosto no meu pescoço, sentindo o cheiro do meu perfume. Logo ele parou de andar, e sem dizer nada, colocou as mãos sobre as minhas.
— Você está quieta — disse ele, com a voz baixa, rouca.
— Só estou aproveitando o momento — respondi, e ele se virou, ainda me envolvendo com os braços.
O olhar dele era calmo, mas intenso. Por um instante, fiquei completamente perdida naquela profundidade.
— Mia —disse me virando para ele e passando o polegar de leve pela minha bochecha —, eu nunca me senti assim antes. E é estranho dizer isso, porque achei que