A algumas semanas minha rotina era trabalhar ir a uma livraria, ler um pouco, tomar um café, ir para casa, fazer o jantar, tomar um banho e ir dormir. Fiz isso quase todos os dias consecutivos.

Hoje, não era diferente. Depois do trabalho fui direto para a livraria, eu adorava aquele lugar, me ajudava esquecer o mundo por algumas horas.

O cheiro de café fresco misturado ao aroma de livros antigos preenchia a pequena livraria, criando um refúgio que parecia me proteger do mundo lá fora. A chuva fina tamborilava nas janelas, acompanhando o ritmo da minha respiração acelerada. Eu estava sentada, absorta nas páginas de um romance, mas, na verdade, não lia. Meu olhar vagueava pelo ambiente, pelas prateleiras, pelas pessoas que vinham e iam, e, mesmo assim, não conseguia me concentrar em nada. O coração ainda doía de lembranças que eu não queria reviver, mas que insistiam em me acompanhar.

Tomei um gole do cappuccino quente, tentando acalmar a respiração, mas algo quebrou a monotonia. O