62. Ruptura
O caminho até o apartamento de Kairos parecia interminável. Eu dirigia pelas ruas de Nova York com o coração disparado, como se a qualquer momento ele fosse saltar do peito. Cada semáforo era um lembrete da angústia que me consumia, cada carro que passava ao meu lado parecia zombar da pressa que me corroía.
Eu não deveria estar indo até ele. Parte de mim gritava para voltar, para fingir que nada estava acontecendo, para esperar que Kairos aparecesse no escritório como sempre, frio, arrogante e no controle de tudo. Mas eu não conseguia. O silêncio dele desde ontem me destruía por dentro.
A lembrança de Victoria na sala dele, o olhar furioso que ele lançou ao sair, a forma como desapareceu sem ao menos me dirigir uma palavra… aquilo me deixava sufocada. E mais: a maneira como ignorou minhas ligações, minhas mensagens. Eu sentia como se estivesse sendo punida por algo que não entendia.
Quando estacionei em frente ao prédio, minhas mãos tremiam tanto que demorei alguns segundos para de