Meu celular vibrou às 9h50, exatamente como se ele tivesse calculado cada segundo.

“Estou na frente do prédio. Desça.”

Olhei para a tela, o coração acelerando de imediato. Fui até o espelho, ajeitei a blusa marrom de manga comprida, conferi o jeans escuro que havia escolhido e respirei fundo. Minhas mãos estavam trêmulas. Não era apenas a mensagem, era o fato de saber que ele estava lá embaixo, esperando por mim.

Peguei a bolsa, passei um batom suave, e antes que pudesse mudar de ideia, desci pelo elevador. O caminho parecia interminável, como se cada andar fosse um teste para a minha coragem. Quando as portas se abriram e pisei no saguão, o porteiro me lançou um olhar curioso, mas não disse nada. Saí para a calçada e o vi.

Kairos estava encostado em um carro preto luxuoso, as duas mãos no bolso da calça jeans. Uma polo preta delineava seus ombros largos, e o óculos escuro escondia o olhar que tanto me desarmava. Não havia o terno habitual, não havia a postura impecável de exe