37. Voltando ao eixo
—Eu sei.—eu disse.
—Liguei várias vezes ontem quando você saiu do serviço. E hoje de manhã também. Não atendeu. Não sabia onde você estava, e odeio essa sensação. — Ele respirou fundo, as mãos se apoiando na mesa. — Se não quiser que eu vá atrás de você, destruindo cada pedacinho dessa cidade para ter certeza de que você está bem, é melhor atender quando eu ligar.
Meu estômago revirou. A intensidade dele, a forma como pronunciava cada palavra, me deixava inquieta, como se cada sílaba fosse uma corda apertando meu peito.
—Ok, Kairos — murmurei, tentando manter a calma. — Vou tentar não fazer isso de novo.
Ele se aproximou, cada passo calculado, e por um instante fiquei presa ao magnetismo da sua presença. Não era apenas atração; era algo que me deixava vulnerável, consciente de que ele poderia ler meus pensamentos com um olhar só.
— Hoje é sua folga — disse, desviando o peso da tensão por um instante, como se escolhesse as palavras com cuidado —, então vou deixar você com sua