31. Analisando a proposta
O relógio da sala marcava exatamente nove horas quando o interfone tocou. A voz do porteiro, educada como sempre, soou carregada de formalidade.
— Senhorita Mia, há uma encomenda para a senhorita na portaria.
Desci sem pensar muito, acreditando que talvez fosse algo do trabalho, um documento ou até mesmo algum gesto de Kairos. A ideia me deixou com o coração acelerado. No entanto, ao chegar, deparei-me com um buquê de rosas vermelhas e amarelas, vibrantes, perfumadas e cuidadosamente arrumadas. Por alguns segundos, deixei que a imaginação me traísse, criando a expectativa de que ele tivesse feito aquilo para me surpreender. Mas então percebi o cartão preso ao laço de fita dourada.
“Só queria me desculpar pela noite passada.
— Noah.”
Meu estômago revirou. O cheiro adocicado das flores, que deveria ser agradável, tornou-se sufocante. Noah. O homem que havia destruído minha confiança, meu ex-noivo, aquele que transformou anos de planos em fragmentos de mentira. Segurei o buquê