28. Proposta inusitada
Não havia nenhum letreiro chamativo, apenas portas de vidro fosco ladeadas por colunas de pedra clara. Era o tipo de lugar que não precisava se anunciar: quem sabia, sabia.
Quando entramos, o ambiente revelou-se como um contraste absoluto com o exterior. A luz era baixa, dourada, vinda de luminárias suspensas em formatos geométricos que espalhavam reflexos suaves pelas paredes em tons de caramelo e marfim. As mesas estavam bem espaçadas, cobertas por toalhas de linho impecáveis, e arranjos discretos de flores brancas completavam a composição. O som ambiente era preenchido por um piano suave, quase imperceptível, mas que criava uma atmosfera envolvente.
O maître nos recebeu com reverência, chamando Kairos pelo nome, como se ele fosse um cliente de longa data. Sem pedir, fomos conduzidos a uma mesa reservada ao fundo, com vista para uma pequena adega iluminada atrás de vidros. Era claro que não se tratava de um jantar comum.
Kairos puxou a cadeira para mim, gesto inesperado em sua ha