16. Depois daquela Noite
Acordei lentamente pela manhã, primeiro percebendo o calor ao meu lado, depois a respiração firme e compassada que não era minha. Meu corpo estava exausto, mas havia uma estranha paz se espalhando por mim, uma calma que não me pertencia fazia muito tempo.
Abri os olhos com cautela, quase temendo o que veria.
Kairos estava deitado ao meu lado, parcialmente voltado para mim. A expressão dele, mesmo adormecida, mantinha certa rigidez. Seus cílios projetavam sombras suaves na pele, e o peito subia e descia em um ritmo hipnótico. Eu poderia ficar horas apenas observando — e, por um instante, me permiti exatamente isso.
O que havíamos feito na noite anterior ainda ecoava em mim, não apenas na pele marcada pelo toque dele, mas na memória vívida da entrega. Nunca imaginei que seria capaz de me despir de todas as minhas reservas daquela forma. E, no entanto, ali estava eu, deitada ao lado de um homem que me aterrorizava e me fascinava em igual medida, sentindo-me mais vulnerável do que