15. Nos Braços do Perigo
O apartamento parecia outro desde o instante em que os lábios de Kairos tocaram os meus. Como se cada parede, cada sombra, tivesse sido redesenhada para abrigar apenas o som de nossas respirações entrecortadas. Eu nunca havia sentido tanta vida pulsar dentro de mim e, ao mesmo tempo, tanto medo de me perder.
Ele ainda estava tão próximo que o calor de seu corpo parecia envolver o meu por inteiro. Seus olhos me observavam com uma intensidade que beirava o insuportável, como se buscassem respostas que nem eu mesma tinha.
— Você tem certeza? — a pergunta veio baixa, firme, mas havia uma hesitação rara nela, quase uma súplica.
Meu peito se apertou. O homem que parecia inquebrável, frio e calculista, agora me olhava como se eu fosse capaz de desmontá-lo. E eu sabia que era.
— Nunca tive tanta certeza de nada. — confessei, e foi como se aquelas palavras abrissem uma porta dentro de nós dois.
Kairos não esperou mais. Seus lábios voltaram aos meus, mas dessa vez havia urgência. Uma fome