Kairos ainda estava diante de mim, o olhar fixo e implacável, como se fosse capaz de atravessar todas as camadas que eu tentava erguer para me proteger. Sua mão ainda tocava meu queixo, sustentando meu rosto de uma forma firme, mas surpreendentemente delicada.

Meu corpo inteiro parecia em alerta — não por medo dele, mas pela forma como sua presença me envolvia, sólida, inevitável. Eu respirava rápido demais, tentando recuperar algum controle, mas, a cada segundo, ele me prendia ainda mais na órbita de seus olhos escuros.

— Você não precisa carregar isso sozinha. — disse, a voz baixa, quase um sussurro, mas com a mesma intensidade de uma ordem.

Minhas pálpebras se fecharam por um instante, e eu deixei que a frase me atravessasse. Quantas vezes eu havia repetido para mim mesma que estava bem, que podia lidar sozinha, que não precisava de ninguém? E, ainda assim, ali estava Kairos, quebrando todas as minhas defesas com apenas uma sentença.

— Eu não sei… se consigo. — murmurei, incapa