Asas de Afeto e Terra Firme
O sol mal tinha se erguido por trás das colinas quando Luna sentiu a leveza da manhã escorrer pelas janelas do quarto.
Théo ainda dormia ao seu lado, uma das mãos repousando suavemente sobre a barriga já bem saliente.
Ela sorriu, sentindo o bebê se mover como se respondesse ao carinho.
Aquela conexão silenciosa entre mãe e filho a fazia esquecer, mesmo que por instantes, o passado marcado por perdas e guerras silenciosas.
Com cuidado, ela se levantou, vestiu-se com a roupa de montaria e desceu as escadas com passos lentos. No pátio, Javier já preparava os cavalos para o dia.
– Vai montar? Ele perguntou, com um sorriso calmo.
– Não resisto. Respondeu ela.
– Mas vou ficar só observando hoje. O bebê está em ritmo de festa desde as quatro da manhã.
Javier soltou uma gargalhada.
– Maurício era assim também, inquieto desde o ventre. Seus olhos se perderam por um segundo no horizonte.
– Acho que herdam o espírito livre cedo demais.
Luna tocou o braço do pai