O primeiro Batimento 2
Paola, ao meu lado, cutuca minha cintura levemente, seus olhos brilhando em diversão.
— Agora tudo faz sentido. Eu sabia que tinha algo diferente em você ultimamente! Ela ri, mas há carinho em sua voz.
— A insolente Luna, agora mãe. Quem diria?
Solto uma risada fraca. Quem diria mesmo?
Há meses, tudo que eu conhecia era o fogo da vingança, a adrenalina das batalhas e o peso de um legado sombrio. Agora, dentro de mim, cresce algo puro. Algo que muda tudo.
— Você precisa começar a se cuidar, Luna. A voz de María, minha tia, soa com doçura.
— Os primeiros meses são delicados.
Mal tenho tempo de responder antes que Javier solte um resmungo, cruzando os braços.
— E isso significa que você não vai mais montar Sombra.
Meus olhos se arregalam.
— O quê?
Sombra, meu cavalo, sempre foi uma extensão de mim. O pensamento de ficar sem montá-lo é insuportável.
— Nem adianta discutir. Javier continua, seu tom inflexível.
— É um risco desnecessário.