Ponto de vista da Kaia
Eu não queria acordar, mas sentia mãos suaves acariciando meu rosto, uma voz feminina chamando meu nome.
— Kaia?
— Que horas são? — Murmurei, me virando de lado e enterrando o rosto no travesseiro, ainda meio adormecida. Tudo o que eu queria era voltar a dormir, mas aquela sensação de angústia já estava voltando.
— Está na hora do café. Que horas você voltou?
— Sei lá... Três da manhã...
— Três da manhã? Você ficou o tempo todo no centro médico? — Alora fez um estalo com a língua, e dava para perceber a preocupação na voz dela. Estava começando a ser bom ter alguém além do Pai se importando comigo.
Ainda tínhamos um longo caminho pela frente, mas eu conseguia sentir aquele vínculo de irmãs... Aquele vínculo de gêmeas... Começando a se formar.
— Não tive escolha, estamos com falta de enfermeiras... Na verdade, eu devia voltar agora. — Sentei na cama, já me preparando mentalmente para mais um dia longo, de sangue e ataduras.
— Eu vou com você. Mas depois do café. P