Já se passaram dois dias desde a briga com Ethan e aquela conversa sufocante com Helena. Dois dias em que tentei me esconder atrás do trabalho, me agarrando à inauguração da minha padaria como se fosse meu único porto seguro.

Enquanto terminava de decorar os bolos encomendados, minhas mãos se moviam com precisão, mas minha mente insistia em vagar para os últimos acontecimentos.

Ethan havia ligado incontáveis vezes. Mandou mensagens. Até bateu na minha porta. Mas eu não tive coragem de atendê-lo.

Eu precisava desse tempo.

Uma parte de mim gritava para abrir a porta, para ouvir sua voz, mas a vergonha me consumia. Como eu pude acreditar tão facilmente que ele seria capaz de me ferir daquele jeito?

A lembrança de Helena colocando aqueles papéis diante de mim ainda latejava em minha cabeça, sufocante, impossível de ignorar.

Foi quando ouvi o sino da porta da cozinha soar. Levantei o olhar, esperando um cliente atrasado, mas congelei ao ver quem entrou.

A mãe de Ethan.

Elegante como se