O Veredito da Matriarca
Daniela Marçal
Eu observei Xavier se afastar com o pai em direção ao escritório. Ele me lançou um olhar de “aguente firme”, mas eu já estava no modo de batalha. A mãe dele, a Senhora Lancaster, não se contentaria com a derrota pública à mesa. Ela precisava de um confronto individual, sem testemunhas, para tentar reverter o que ela via como uma aquisição hostil de seu filho.
— Vamos para a Sala de Desenho, Daniela — a voz da Sra. Lancaster era fria e perfeitamente controlada, sem a fragilidade que ela tentara exibir durante o jantar. — O chá será servido lá.
A Sala de Desenho era um lugar de gelo e porcelana. Assim que nos sentamos em poltronas forradas com veludo cinza, ela dispensou a empregada com um aceno, garantindo que a conversa fosse privada. O ar estava saturado com o perfume caro de sua ambição.
— Eu serei direta, Daniela — ela começou, cruzando as pernas e tomando a postura de quem estava prestes a assinar um acordo de não-divulgação. — Você é um