Encontro inevitável
Daniela Marçal O sorriso que eu mantinha no rosto já estava começando a doer. Meus músculos faciais estavam tensos de tanto projetar a imagem da noiva radiante e segura que a imprensa e os convidados esperavam. Finalmente, Xavier estava preso em uma conversa inevitável sobre alguma fusão de tecnologia perto do Tyrannosaurus rex de gesso, dando-me uma janela de cinco minutos para respirar. Eu me afastei discretamente, rumo a uma mesa de bebidas que parecia um oásis. Peguei uma taça de champanhe, sentindo o frio do cristal nas mãos, já tinha bebido, mas parece que eu precisava de mais álcool em meu corpo. A efervescência era um alívio momentâneo para a pressão que eu sentia no peito. Alta sociedade. Era cansativo. - É um anel bem grande, Dani. O som daquela voz, tão familiar e ao mesmo tempo tão estranha, fez meu estômago despencar. Era Paul. Ele estava parado a menos de um metro, bloqueando minha rota de fuga para a seção de artefatos rom