Capítulo 4

Nas mãos do CEO:

Capítulo 4

Xavier Lancaster

— Xavier... – Olho com atenção para Elvira. — Queria tratar sobre um assunto antigo com você.

A comida até perdeu o gosto, eu sabia o que ela queria. Sabia exatamente o que ela iria falar sem sair um som de sua boca.

— Sabe que pode falar sobre o que desejar Elvira, somente não quero que haja ruindo entre nós. – Ela assente. – O que deseja me falar dessa vez?

Elvira estreitou os olhos, ela queria me deixar desconfortável, mas estava longe de me deixar mais irritado do que me arrastar para um jantar a fim de me dar ordens.

—Tenho uma pessoa para te apresentar... — Solto uma risada debochada.

- Virou casamenteira, Elvira? – Ela me olha com atenção. – Não tente me enganar com esse papo de me “apresentar” a alguém.

— Não se trata de lhe apresentar alguém, Xavier. Estou realmente preocupado com o bem estar da minha neta, e pela falta que uma figura feminina possa fazer na vida dela. – Diz como se fosse óbvio. - Olívia precisa de ter uma mãe para cuidar dela, levar a menina em seus compromissos, lhe ensinar etiqueta e principalmente, estra perto dela quando você não pode estar. – Aquilo de alguma forma mexe comigo.

Olívia vivia mais tempo em escolas e cursos, do que na sua própria casa. Principalmente, minha filha quase não me via se não fosse as suas visitas à empresa.

- Não acha que uma mulher que você quer colocar em nossas vidas pode ser pior que Elisa? - Noto ela trincar sutilmente o maxilar. – Não querendo ser cruel, mas não me vejo casando com as mulheres que estão disponíveis no nosso círculo de amizade e classe. Acho que todas têm pensamentos e missões diferentes na cabeça. Elas vão querer se casar comigo por status, poder e riqueza. Não por causa de uma menina de quatro anos que vai tirar o seu tempo de ir ao shopping, de ir fazer os cabelos no spa ou até mesmo de lhe pedir atenção, mas a mesma vai estar preocupada com o baile da temporada.

Tomo um pouco da minha água, prestando bastante atenção nos movimentos da Senhora na minha frente, era nítido que Elvira não tinha pensado por esse lado.

Se aprendi alguma coisa nesses últimos anos, foi a lidar com pessoas que querem me derrubar, me subestimar e até mesmo me usar como degrau em suas vidas medíocres.

Por mais que esteja fervendo de raiva, manter a classe é sempre a melhor estratégia, e dizer que não há uma mulher digna no nosso meio para ser mãe da minha filha era um fato.

Quando se trava uma guerra silenciosa, ser calculista é fundamental. Sempre fui bom em ocultar meus sentimentos, muitos dizem que não sinto nada.

E realmente não sinto nada além de um amor verdadeiro pela minha pequena, de resto, vejo bem o exterior e o interior de alguém. E vai por mim, há muitas mulheres que podem fingir gostar da minha filha somente para ser a próxima Senhora Lancaster.

— Sabe que eu prezo por uma figura materna para a minha neta. - Ela sempre apertava na mesma tecla.

— Sabe que não é me jogando uma esposa na cara que eu vou aceitar e ceder, não é mesmo? – Elvira se arruma na cadeira. - Não estou aberto a

— Os seus pais estão preocupados... – Fecho os olhos. – Eles encontraram uma boa pessoa para ser a sua próxima esposa.

Ali estava o motivo, meus pais usavam o canal que eu tinha aberto com a minha ex-sogra para exigir mais de mim.

- Não faça isso... – Digo limpando o canto da minha boca com o guardanapo. - Não preciso de vocês para arrumar uma mulher. Não quero me casar novamente, será que é tão difícil entender isso? - Elvira me olha avaliativa.

— Mas... — a interrompi.

— Se um dia me casar novamente, não será por amor, isso é óbvio, Elvira. No momento, eu não quero me ver na mídia novamente, tendo meu mundo sendo holofote para notícias sensacionalistas. E outra, se um dia me casar, vai ser com alguém que eu tenha certeza que ama a minha filha de verdade. Uma mulher que vai amar a menina mais que tudo, e sabemos que mulheres novas dispostas a sacrificar a sua vida para cuidar de uma menina de quatro anos não é fácil de se achar. – Digo olhando para ela e sem deixar qualquer ruído entre nós. - A minha prioridade é a minha filha, somente ela.

- Está evitando conhecer a pretendente porque seus pais é quem indicaram? - Diz como se tudo que eu acabei de falar não tivesse peso. - A questão aqui é ter alguém, Xavier.

- Estou protegendo a minha filha de ter uma mãe louca cuidando dela. – Digo sério. – Não me levem a mal, mas como casamenteiros, vocês três são péssimos! Então, vou me casar quando eu achar uma pessoa que vai cuidar da minha filha como eu cuidaria. Nada além disso, Olívia precisa de uma mãe, não de uma mulher que vai ser figurante em sua vida.

Ela mordeu o lábio com força, ela não queria ouvir isso. Não estou aberto há nenhum casamento sobre contrato vindo deles.

- Eu te entendo, mas tem o outro lado da equação, Xavier.

— Vamos ser sinceros como sempre fomos, sim? O que os meus pais querem? – Elvira me olha e repousa seus talheres e me mostra a sua verdadeira face.

- Eles e eu estamos preocupados, Xavier. Olívia vivi mais com babás do que com você. – Diz o “x” da questão. – Queremos fazer algo certo uma vez na vida, entendemos que está achando que queremos mandar em você, e exigir um casamento, mas na verdade, queremos é cuidar de uma criança que quer ter uma mãe. – Elvira tira um desenho da bolsa. – Não sou boa, nem um pouco, mas essa menina é importante também para mim... – Ela me mostrar o desenho onde Olívia desenho uma família completa.

Um pai

Uma menina de tranças longas

E uma mãe... ela tinha desenhado a Daniela Marçal...

Porra!

Minha filha escreveu “mãe Dani” acima da figura que tinha os rabiscos precisos mesmo que seja de uma menina de quatro anos.

— Podemos conversar de verdade agora? — Diz vendo que me desestabilizou. – Sua filha precisa de uma mãe, não de sua negação nesse momento, Xavier. Sei que casamento é uma merda, estou tentando me livrar do meu marido até hoje. – Diz com um humor negro. – Olívia sente falta de ter uma mãe, ela está pedindo direto uma nas suas orações...

Minha ex-sogra sempre levava a minha filha à igreja para rezar e ver os cultos de domingo. Era estranho porque ela desejava a morte do marido, mas estava na missa todo domingo de manhã. Deve ser para pedir perdão por tal pensamento.

— Na minha opinião, não precisa se casar com a opção dos seus pais...- Elvira me olha séria. – Se casa com a mulher desse desenho. – Acabo rindo com tal loucura.

- Ela já namora um idiota... – Falo como se tivesse cogitando tal loucura.

— É tão simples acabar com um relacionamento... — Seca sua taça de vinho. — Ela o ama?

— Jura que você quer falar sobre isso? — Suspiro. — Daniela nem é inglesa! Ela é brasileira, e somente está em Londres por causa de mim que chefiou o seu estágio na empresa. Daniela tem que se casar para continuar no país, ou ser efetivada na minha empresa.

Elvira sorri pela primeira vez em anos que eu a conheço, essa mulher não sorriu nem no casamento da filha.

- Daniela é uma boa opção para mãe, não é rica, diga de passagem, mas tem as características que você deseja para uma mulher. Ela é uma boa opção para ocupar o lugar de mãe da minha neta. Os brasileiros são bons em demonstrar afeto, cuidado e a menina estaria bem assistida.

Era surreal ouvir isso...

- Está brincando, não está? É algum tipo de trote... – Elvira nem treme.

— Você acha que sou uma mulher de brincar com algo tão sério?

— Não, você não é uma pessoa que costuma brincar, por isso é surreal ouvir isso vindo de você.

Ela dá de ombros.

— Somente estou lhe dando uma opção, Xavier. Quero que se case, ou eu vou pedir a guarda da menina.

Fecho os olhos com força, não posso perder o controle agora.

— Está brincando, não está? - Elvira nega com a cabeça.

— Não tenho nem humor para brincar, Xavier. Ou se casa, ou pega a guarda da minha neta. Te ajudei até achando uma noiva... - Diz pegando a bolsa. - Pensa bem.... Daniela depende de você, pode propor algo para ela. Os dois ganham e a minha neta tem a mãe que deseja...

— Quem está por trás de tudo isso? - Elvira não pensou nisso sozinha.

— Assim você me ofende, Xavier. Eu sei que estou jogando sujo com você, mas pense pelo lado positivo. Sou eu aqui, não o seu pai. - Assim ela ganha a minha atenção. - Seu pai não te daria opção. Ele iria decretar, e sinceramente, não quero que a minha neta sendo criada por ele.

— Se ele quiser morrer... - Ela ri.

— Ele sabe como mexer com você, Xavier. Estou lhe dando uma saída. Se case, por contrato, viva alguns anos com a pessoa, depois separe se encontrar alguém que ame.... - Diz tentando me mostrar uma saída. - Não quero ter que brigar com você, não mesmo, sei que ama a minha neta. Mas eu não posso deixar essa menina sem uma mãe, não posso permitir isso.

- E vai deixar sem mãe e sem pai? - Ri sem humor.

- Essas são as minhas armas, ou casa, ou teria que agir, tem um mês para me dar o seu veredito.

Levantou do seu lugar, e vai embora sem me dar outra oportunidade de tentar dizer que isso era uma verdadeira loucura.

Teria que arrumar uma mãe para Olívia, que droga!

O caminho é feito em silêncio, o desenho da minha filha ainda queimava o meu peito.

Estaciono meu carro na garagem, tento pensar no quanto o que foi dito naquele jantar parecia loucura.

Assim que entrei em casa a babá estava passando com leite quente para Olívia.

- Deixa que eu levo... - Ela me entrega a bandeja. - Está liberada, vou cuidar da Olivia essa noite.

A senhora de cinquenta anos concorda e vai para os seus aposentos.

Vou para o quarto da minha filha que parecia um quarto no reino encantado. Tudo foi pensado na minha princesinha.

- Pai! - Ela grita ao me ver e se j**a em meus braços.

- Estava com saudades do papai? - Ela se agarra em mim como se não me visse a décadas.

- Muita papai, muita...

Tudo era por ela, tudo que eu reiniciava todos os dias era por ela.

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