Mundo de ficçãoIniciar sessãoCapítulo 3 - Nas mãos do CEO: Uma mãe para a minha filha.
Daniela Marçal - Marina! - Minha amiga aparece na porta da cozinha. - Quem deixou a Olívia entrar? - Eu! - Ela limpa a mão no pano de prato. - A babá disse que Olívia queria vir te ver, chorou a tarde toda, e não teve jeito. Ela trouxe e deixou a menina comigo até você chegar. - Olha para Olívia que ouve tudo atentamente. - A babá tem medo do Xavier brigar por não ter feito as vontades de Olívia. - Dá de ombros. - Eu faria o mesmo, o homem vivi para brigar e gritar... - A repreendo com um olhar. - Desculpa. Voltei a minha atenção para Olívia que estava quieta e segurando o urso que eu dei em seus braços. Era daquelas ursos que você compra naquelas máquinas de presente. Você coloca algumas moedas e tentar resgatar o urso com uma garra. Eu consegui pegar ela para Olívia e a mesma nunca mais soltou o urso. - O que aconteceu Olívia? Seu pai sabe que está aqui? - Ela nega. - Ele vai vir atrás de você... Me sento ao seu lado e a menina franzina se move e senta no meu colo. Me agarra com os braços finos e mais trêmulas. O que aconteceu para a deixar tão nervosa? - Porque está tão assustada, Olívia? - Olívia funga, ela estava chorando. - Oh meus Deus... - Levanto seu rosto e vejo tanta tristeza. - O que aconteceu minha pequena? Olívia me olha dentro dos olhos, ela tinha a mesma tonalidade dos olhos do pai. Era um azul piscina magnífico. Parecia que eu estava olhando para o mar quando olhavam para os seus olhos. - É verdade que a titia vai embora? - Fico confusa. - Como assim Olívia? De onde você tirou essa ideia? - Ela recomeça a chorar e eu não a pressiono. - Eu ouvi o papai falando no escritório... eu tinha ido ver ele com a babá. - Oh Deus.... - Ele falou que você iria voltar para casa. - Fecho os olhos. Seria tão fácil se Paul tivesse me pedido em casamento. Teria conseguido o direito de permanecer no Reino Unido. Afinal estava nesse relacionamento a quatro anos, éramos estáveis, tínhamos, pelo menos era o que eu acreditava, uma relação sólida. O quão estava enganada? Olivia funga, eu não podia falar que iria embora, a menina já estava arrasada. - A tia vai dar um jeito meu amor... - A abraço forte. - Eu não quero ir embora e te deixar aqui... Eu e Olívia tínhamos uma ligação que até Xavier fazia vista grossa, a menina tinha me escolhido, e era isso. Pego Olívia no colo e cuido dela até a chegada da baba. Brincamos, desenhamos e comemos besteira. Estava triste, Olívia também, então um chocolate não faria mal. Uma hora depois a babá chegou para buscar a minha menina, Olívia já estava com sono, era tarde. - Desculpa Dani, Olívia estava chorando muito em casa, ainda mais que ouviu o pai falando com o contador sobre o fim do seu contrato. - Droga! - Ela estava bem abalada, é pior que é verdade. - Sinto que logo teria que me despedir de tudo. - O projeto era o que me mantinha aqui, sem ele, eu tenho que voltar para casa. - A babá fica triste. - Olívia vai regredir muito, ela tem se soltado tanto depois que te conheceu... - Ela suspira pegando a menina no colo. - O Senhor Xavier Lancaster tinha que dar um jeito. Sem você na vida da Olívia, eu sinceramente não sei o que será dela. - Aquelas palavras acabavam comigo. - Vou tentar ver o que vou fazer. - A babá concorda e vai embora antes que Xavier chegasse em casa. Ele chegava todo dia à tarde, mas Violeta não pode contar com a sorte. Meu coração fica apertadinho, eu queria muito continuar perto da Olívia. Eram quatro anos vendo aquela menina crescer, ver que ela de tímida, estava começando a ganhar confiança. Que ela sempre estava na empresa para me ver, e agora a distância seria a nosso maior desafio. - O que aconteceu? - Ouço Marina no pé da escada. Tinha acontecido tanta coisa em menos de um dia, como começar a explica? - Hoje foi um dos piores dias da minha vida... - Digo me sentando no sofá com o cheiro da Olívia em minha roupa. - Descobrir que meu estágio acaba em um mês... - Marina se senta assustada. - Não é possível, não foram quatro anos? - Concordo. - A data vence em um mês, vou ter que voltar para o Brasil. - Marina coloca as duas mãos na boca. - Voltar para a casa dos seus pais? - Fecho os olhos nervosa. - Você não pode voltar... - O dinheiro que tenho vai dar para voltar, alugar algo...mas não é suficiente se não tiver um emprego certo. Fora que a minha mãe vai querer que eu volte para casa, mas não posso voltar. Não depois do que ele tentou fazer comigo. - Marina me abraça. - Aquele homem é um desgraçado! Pena que a sua mãe não enxerga isso. - Suspiro. - Sabe que esse estágio foi a minha salvação, não sabe? Se eu tivesse ficado mais alguns dias naquela casa, só Deus sabe o que iria acontecer comigo. - Digo com um nó na garganta. - Minha amiga... - Marina me abraça tão forte. - Ele que é o errado, não você. - Enxugo a lágrima que teima em cair. Somente eu e Marina sabemos do meu passado, e de como eu definitivamente não podia voltar para o Brasil. Minha mãe era casada com um monstro, e eu não podia voltar e ser uma presa em suas mãos. Fora que eu já tinha uma vida estruturada aqui em Londres, o Reino Unido virou a minha casa. - Você não foi jantar com o Paul? - Marina diz animada. - Você não tinha certeza que ele iria te pedir em casamento? - Nego. - Ah, o Paul... - Digo com aquela voz de frustração. - Sinto que eu estou sonhando sozinha nessa relação Marina. Eu sonho com relacionamento saudável, sem drama e com um parceiro calmo, que queira filhos como eu... - Olho para o nada. - Não quero um relacionamento igual ao da minha mãe, ela se separou do meu pai, depois de casou com um lixo de homem... Eu quero uma família, não um buraco fundo de problemas e segredos. - Eu te entendo amiga, mas Paul não quer se casar? Ele não demostra que quer se casar, ele pode ser o lorde que te respeita e não cobra nada além do que você está disposta a dar. No entanto, Paul não é um homem que se mostra comprometido com um relacionamento a longo prazo. - Aparentemente não! - Confesso começando a entender. - Ele quer ter a sua própria rede de hotéis. Fazer o seu nome no mercado, ele me chamou para comemorar uma aquisição de novo hotel. Aquele mistério todo era para me contar que tinha comprado um hotel no sul, não que ele iria me pedir em casamento. Sendo que ele deixou a entender que seria exatamente isso que ele iria fazer. As flores, o convite, as mensagens... Será que eu sou idiota? - Estava mentalmente cansada. - Claro que não! Ele que é insensível... - Queria que ele que tivesse me pedido em casamento, seria tão mais fácil ser integrada e não ser deportada para o Brasil. Fora que ele é calmo, eu sei que seria um bom pai, um marido tranquilo... Marina me avalia. - Sabe que eu nunca confiei nas intenções do Paul, só pelo fato dele não ter apresentar a família dele nesses quatro anos. Isso já diz muito sobre a sua pessoa. - Me levanto. - Ele não quer compromisso sério Dani, ele quer o mesmo que você, tranquilidade. - Não quero discutir sobre isso, eu preciso arrumar um jeito de ficar no Reino Unido. Eu não posso de jeito nenhum voltar para casa, não com a minha mãe terrivelmente apaixonada por um cara que pode querer me machucar. - Marina me abraça novamente. - Ela sofreu muito nas mãos do meu pai, eu entendo a sua dependência no meu padrasto que a trata bem, mas é um desgraçado manipulador. - Marina sabia de tudo. - Vamos pensar em algo... - Diz com a voz sem qualquer certeza. - Vou pensar em algo para te ajudar. - Obrigada amiga. - Não por isso... - Vou para o meu quarto pensativa. Como eu iria continuar aqui sem o emprego que me dava a liberdade que precisava?






