(Ponto de vista de Annabelle)
O rugido da minha motocicleta rasgava o silêncio da madrugada enquanto eu acelerava pela trilha estreita das montanhas. O vento frio batia contra meu rosto, cortante, mas nada era capaz de apagar o fogo que queimava dentro do meu peito. Atrás de mim, podia ouvir o som inconfundível das outras duas motos — Benjamin e Bernardo me seguiam em silêncio, como sombras fiéis. Meus filhos mais velhos. Meus lobos.
Eu havia partido sem autorização. Sem avisar Andreas, meu companheiro, o Rei Alpha.
Sabia que, se o fizesse, ele me impediria. Trancaria as portas do castelo, mobilizaria guardas, talvez até me enfeitiçasse com alguma runa antiga, apenas para me manter segura.
Mas ele não entende… ela é minha filha.
E o laço entre mãe e filha é algo que nem os deuses conseguem romper.
O som das motos ecoava entre as pedras úmidas. A lua, quase cheia, brilhava sobre nós — irônica, como se me observasse, ciente do que estou prestes a fazer.
Respirei fundo, sentindo o fr