Eu desci as escadas com a camisa branca de Elion. Ela era muito maior que eu, mas resolvi ajustá-la com um cinto na cintura, o que deixou o tecido macio caindo de um jeito que até me fez sentir confortável, quase bonita. Passei um pouco do perfume dele – aquele aroma amadeirado que me fazia sentir abraçada mesmo quando ele não estava por perto – e fui ao encontro dele.
Quando cheguei, ele me olhou como se o mundo tivesse parado. Seus olhos escuros brilharam, e por um momento, ele parecia até sem palavras.
— Está na hora, minha luz — ele disse, mas logo se interrompeu, me observando.
Eu senti o peso daquele olhar, mas não de um jeito ruim. Era intenso, cheio de coisas que ele não conseguia dizer, mas que estavam ali, na maneira como ele me olhava.
— O que foi, Elion? — perguntei, meio sem jeito, enquanto ajeitava o cinto. — Não tinha nada melhor para vestir, então improvisei.
— Você não precisa de nada melhor — ele respondeu, e a rouquidão na voz dele me fez corar. — Está perfeita assi