Kahrienna cerrou os dedos — até as unhas cavarem sulcos em suas próprias palmas, até as articulações ficarem pálidas.
— Aceitei a missão de matar Donaldo pela Ordem do Eclipse — disse, a voz um fio cortante, mais fria do que as pedras sob seus pés. — Mas foi por Sairihna. Minha amiga...
O nome da amiga saiu como um corte aberto.
Ela engoliu o nó de dor que subia pela garganta, então respirou fundo.
Lembrou-se dos gritos abafados que ouvira naquela noite, das mãos da amiga arranhando a terra conforme era arrastada para a poça abissal.
Lembrou-se, também, do próprio corpo após ser maculada por Donaldo — dos ferimentos que não cicatrizavam direito, da dor que ia além da carne, algo pior que as dilacerações na virilha e na vulva e... as lesões no útero.
Sairihna, na flor da puberdade e com seus olhos ainda cheios de luz... arrastada para as profundezas pela sombra de Donaldo.
Os Filhos do Eclipse tentaram salvá-la. Fracassaram.
Kahrienna tocou involuntariamente o baixo