SAMANTHA VASCONSELOS
Esse vacilo deve ter levado menos de dez segundos, mas vejo que Ian percebeu. E não gostou, aparentemente, esse cara não lida muito bem com rejeição. Abro um sorriso, mas não quero ofendê-lo, vou em direção ao carro e entro do lado do passageiro.
Ele liga o carro. Como não diz nada, olho para fora. Eu não sei o que dizer, ele sempre preenche o silêncio entre nós, se bem que só o conheço a o que? Dois ou três dias. Nossa, parece que já nos conhecemos faz tempo.
Mas ele realmente quebra o silêncio:
— Quando penso que vou conseguir te tirar da cabeça porque vou trabalhar, chegam três diretores para me falar o quão incrível você é, e te indicar para uma vaga na matriz.
Vaga na matriz. Na Escócia?!
— Na matriz? Na Escócia? – pergunto.
Não é possível. Seria bom demais pra ser verdade.
— Bom, sim. Especificamente em Edimburgo, na capital. Você precisaria se mudar pra lá para exercer esse cargo.
Não posso deixar de sorrir. Eu amo a ideia de morar na Escócia, em