Madson Granger
Nelson, CA
Os dias começaram a escorrer pelos meus dedos sem que eu percebesse. Quando me dei conta, já estava há quase quatro semanas em Nelson. Quatro semanas que pareceram, ao mesmo tempo, um piscar de olhos e uma vida inteira.
O tempo aqui tinha um ritmo diferente. Mais lento, mais cheio de cheiro de pinheiros, de vento frio, de passos na neve. Mais vivo.
Por causa da cirurgia de Agnes, eu quase não havia explorado a cidade como queria. Meus dias se resumiam a tarefas simples, mas que, estranhamente, me preenchiam de algum jeito: cuidar do jardim da minha tia, podar as plantas que insistiam em desafiar o frio, ir ao mercado pegar mantimentos ou caminhar até a pequena casa de ervas da esquina, onde comprava raízes e folhas para os chás insistentes dela.
Agnes se recuperou rápido demais para algo que os médicos haviam descrito como delicado. Por dias, cheguei a cogitar seriamente que seus chás tinham algum tipo de magia real. Talvez não no sentido literal ou talvez si