Capítulo 49

A visão que se desenhou diante de nós ao cruzarmos a fronteira do clã atacado foi devastadora. O cheiro de fumaça e sangue pairava no ar, e o silêncio era quebrado apenas pelos gemidos dos feridos e pelo crepitar da madeira que ainda ardia em brasas. Meu estômago se revirou com a cena de corpos espalhados pelo chão – alguns ainda respiravam, outros já haviam sucumbido ao massacre.

Caelum foi o primeiro a desmontar. Seus olhos varreram o campo de batalha com uma intensidade predatória, a mandíbula travada, o peito subindo e descendo pesadamente.

— Miguel, coordene os guerreiros. Quero patrulhas nos limites da aldeia e buscas por sobreviventes. — Sua voz era fria, firme. — Isadora, cuide dos feridos.

Assenti, sentindo meu coração acelerar. Freiren, dentro de mim, estava inquieta, seu instinto lupino percebendo o cheiro de magia impregnado no ar.

Saltei da montaria e corri em direção ao centro da aldeia. Algumas casas estavam destruídas, suas estruturas enegrecidas pelo fogo, enquant
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