CAPÍTULO 3

- Você faz parecer fácil.

- É fácil, só tem que ter paciência. Olha só. – Nick mostrava como resolver os exercícios e fazia Philip pensar no exercício seguinte. – Anote o caminho que você está usando para raciocinar.

A cada exercício ia ficando mais desafiador, mas Phil já conseguia pensar em formas de resolver as questões.

- Tá vendo? Você consegue se parar para pensar um pouco. – Phil abriu um sorriso cheio de marfins brancos e brilhantes. Pelo menos era assim que Nicholas decorava seus pensamentos. Chegou a achar graça uma vez dos seus próprios pensamento e procurou esconder a reação.

Só tinha uma coisa que desconcentrava o jovem quarterback. A porta da biblioteca. O tutor percebeu que isso o deixava nervoso e isso certamente estava atrapalhando em algum nível.

- Algum problema, Phil? – A pergunta veio pouco depois de outro estudante abrir a porta para devolver uns livros.

- Q-quê? Não, por quê?

- Toda vez que a porta abre, você olha assustado para lá e perde o raciocínio.

- É... acho que eu tenho dificuldade de concentração, sabe? Tenho percebido que qualquer coisa me faz perder a concentração.

- Na próxima aula, podemos procurar uma das salas vagas se preferir. Pelo menos o risco de alguém entrar e te interromper o raciocínio diminui bastante. Vamos nos mudando para ambientes mais agitados aos poucos até você se sentir seguro.

- Acho que vai ser melhor mesmo.

- Está combinado então. Bem, creio que foi o suficiente por hoje. A gente se vê na segunda depois da aula então?

- Claro.

- Legal. Então... bom final de semana. – estendeu a mão para Philip apertar. Teria sido um aperto de mão comum, se Nick não tivesse sentido uma eletricidade percorrer todo seu corpo com o toque das mãos de Phil que, surpreendentemente, eram macias e aveludadas. – Para um quarterback, você tem mãos de princesa, hein!

O comentário saiu sem qualquer filtro. “Mais uma vez a boca foi mais rápida que o cérebro, isso ainda vai me meter em encrenca.” – pensou.

- Sem calos, você quis dizer?

“Oi?!” – Nick ficou surpreso com a naturalidade e calma que Philip falou. Esperava algo muito pior. Tipo MUITO pior.

- É... – riu meio sem jeito. – Gosto de me cuidar, não sei se você reparou, mas eu uso um talco especial na luva e hidrato sempre a mão, afinal, sem elas eu não jogo. Me cuido bastante.

- Nunca imaginei que vocês atletas se cuidassem tanto assim.

- Não são todos que se cuidam. Eu sou um deles, mas a maioria daqui não se cuida, acho que além de mim, só Timothy e acho que Big J. – Philip olhou para o relógio da biblioteca e para a bibliotecária que já se aprontava para sair. – Nossa! Estamos aqui já tem mais de uma hora e meia!

- O tempo voa quando a gente está concentrado e gostando de alguma coisa. Também não senti o tempo passar.

Pegaram seus materiais e no caminho da saída Nicholas verificou o celular, tinham algumas mensagens de Lance e Isis, ele não parou para ler e uma ligação perdida de seu pai.

Caminharam praticamente em silêncio até o bicicletário. Phil virou sua bicicleta para a direção oposta da de Nick.

“Ele mora na mesma rua que eu. Aonde ele vai?” – sacudiu a cabeça. – “Não é da minha conta.”

- Vou pra casa do Ryan, marcamos de jogar sinuca com o pai dele. Se importa de não ter companhia para voltar para casa? – falou como se tivesse lido os pensamentos de Nicholas.

- Faço isso todo dia, Phil. Relaxa. Bom final de semana.

- Pra você também. – E o jovem quarterback se pôs a caminho da casa de seu amigo.

Nicholas ficou um tempo segurando sua bicicleta, olhando Philip sumir na primeira curva. Suspirou.

- Eu sou um completo idiota. – Subiu em sua bicicleta e partiu para casa.

O caminho era bem agradável, e nessa época do ano, apesar de estarem no outono e o clima ser tipicamente mais frio, esse ano estaria bem quente se não tivesse chegado uma frente fria, então a brisa era agradável. Cabelos balançando ao vento, seu humor tinha se recuperado bastante.

Sua rua ficava em um condomínio fechado, a quatro quadras dali, era mais rápido chegar da escola na entrada do condomínio do que chegar da entrada do condomínio até sua casa. Mas as ruas eram ainda mais agradáveis: arborizadas, pouco movimento de carros, algumas pessoas fazendo caminhadas, passeando com seus cachorros, se exercitando e fofocando na entrada de suas casas.

Nicholas acenava praticamente para todo mundo que encontrava no caminho. Todos o conheciam desde antes mesmo dele nascer. 16 anos. Nasceu e cresceu ali. Conhecia cada canto do condomínio.

Relembrou a tarde pós-aulas, e sua tutoria na parte da tarde. Em especial (e obviamente) sua uma hora e trinta e sete minutos com Philip. Toda vez que deixava o atleta concentrado nos exercícios ficava admirando o rapaz.

Não usava dessa vez a famigerada jaqueta do time, ela estava de lado, em cima da mochila, vestia uma camisa de algodão branca que delineava toda sua musculatura. Fazia as caretas mais adoráveis quando tentava puxar da memória algo que Nick havia explicado.

Considerou como sendo uma vitória o dia. E se achou um idiota por ter ficado tão tenso sem razão alguma.

Acelerou a pedalada e em poucos minutos já estava descendo a sua rua, que era sem saída. Olhou, como de costume, para a casa dos Miller, mesmo sabendo que Phil não estaria por lá. Continuou até parar sua bicicleta na garagem. O carro do seu pai não estava lá.

Fato era que não havia ninguém em casa. Como de costume teria um bilhete na geladeira para ele:

“James vai dormir na casa de amigos e nós vamos demorar a voltar pra casa. Tem dinheiro atrás do bilhete: pizza, né? [smiley sorrindo] Não espere por nós. Beijos e nos ligue qualquer emergência. Beijos, Mãe e Pai.”

Mais abaixo James havia escrito o nome dele.

Subiu as escadas de dois em dois degraus, largou sua mochila no chão, pegou o celular.

“Não... Só mais um pouco...” – já ia falar com Lance e Isis, mas voltou atrás. – “Deixa eu saborear o momento só um pouco. Já que estou sozinho em casa...”

Correu ao banheiro e pôs a banheira para encher, se despiu e entrou na água morna.

Repassou mentalmente todos os momentos em que pôde olhar para Philip sem que ele percebesse. Primeiro olhava para as expressões que seu “aluno” fazia enquanto pensava nos problemas matemáticos.

O cabelo perfeito, a pele lisa e aveludada. Pensou em como seria poder tocar seu rosto, com a já presente barba por fazer, os lábios naturais e levemente rosados com um formato que convidava para um beijo doce, suave. Rosto angular, com o queijo perfeitamente arredondado deixando espaço para umas covinhas provocantes cada vez que sorria.

Philip passava as mãos com frequência nos cabelos para tirar a longa franja da frente dos olhos enquanto encarava o caderno. Tamborilava a lapiseira enquanto pensava, com suas mãos fortes.

Nick estava com a boca seca por respirar descompassadamente pela boca. Para sua sorte o quarterback não notou por estar concentrado nos exercícios, pelo menos assim ele achava. Manteve-se alerta caso Phil precisasse tirar alguma dúvida, mas não conseguia parar de se imaginar ao menos acariciando o rosto dele.

“Definitivamente muito melhor que dar aula para um Gollum.” – pensou deitado na banheira fitando o teto. Suas mãos acariciando o próprio rosto como se fosse o de Philip.

Suas mãos desceram pelo seu próprio pescoço, mas a sensação que imaginava era de estar percorrendo o outro corpo. Ombros, braços... aqui teve um lampejo de realidade. Não tinha braços tão muscularmente desenvolvidos, mas tinha que servir para sua imaginação.

Toda vez que Phil conseguia raciocinar corretamente uma questão e chegava na resposta correta, olhava no fundo dos olhos de Nick e abria um sorriso que iluminava o coração dele.

“Não tem como negar que esse navio já zarpou mesmo.” – uma lágrima desceu pelo seu rosto, e nem assim parou de relembrar e imaginar uma situação diferente. Suas mãos desceram lentamente passando pela sua barriga até que foi retirado bruscamente do sonho pelo som da campainha. – “Eu vou matar o imbecil que está lá embaixo! Ah vou!”

A campainha insistiu. Ele saiu apressadamente da banheira, se enrolou na toalha e vestiu um roupão atoalhado, descendo as escadas trôpego, ainda meio-preso ao recém transe.

- Lance! Jura! – gritou com o amigo.

- Você não responde minhas mensagens, achou que ia passar ileso, meu querido? JAMAIS! A culpa por eu ter aparecido aqui é todinha sua. E se prepare, Isis está quase chegando. – Lance olhou para Nick de roupão e enrolado na parte de baixo na toalha. Lançou um comentário ácido e sacana rindo. – Eu não interrompi nada, não é?

- Umpf. Entra logo. – falou impaciente.

- Sabe que não vou conseguir esperar por Peanut, então pode começar, vai ter que repetir tudo mesmo e nem adianta reclamar. – Subiram para o quarto de Nick, ele pegou uma bermuda e uma camiseta e se vestiu na frente do amigo, tamanha era a intimidade deles.

- Não tem muito o que falar... dei aula, ele aprende rápido, afinal também sou um ótimo tutor, ficamos um pouco além do horário, a Sra. White já estava visivelmente impaciente...

- Pera, pera, pera, pera... para a Sra. White estar impaciente, vocês não ficaram um pouco além do horário... vocês ficaram MUITO além do horário. – Nick sorriu sem jeito com as bochechas ficando vermelhas.

Alguns minutos depois, as pizzas chegaram e os três se abarrotaram no sofá da sala, com a comida e a bebida na mesa de centro.

- E como você está?

- Pea... é exatamente como você disse... eu já estou irreversivelmente, completamente, profundamente apaixonado. Não vou mais negar isso. – Ela aplaudiu. – Mas... isso é péssimo! Vocês me alertaram sobre uma coisa que sempre alertei vocês, nunca se apaixone por um hétero.

- É como minha avó sempre fala: a língua é o chicote do rabo!

- Como se eu tivesse feito isso de propósito, né? – Nick respondeu indignado. – Mas ela tá certa. O que eu faço?

Levou as mãos à testa, apoiando os cotovelos nas pernas cruzadas no sofá. Isis apoiou a cabeça no seu ombro e Lance colocou a mão sobre sua perna.

- Nick. Olha pra mim. – pediu o amigo. – Nós sempre vamos estar do seu lado. Não precisa guardar seus problemas dentro de você, pode conversar com a gente. Podemos não ter as melhores respostas, mas sempre estaremos por perto para te segurar como quando foi a minha vez de me apaixonar pelo senhor-quero-experimentar-estar-com-garotos-Erik, o hétero de araque. Lembra?

- Ou quando Doug me traiu com uma das patricinhas. Sempre está lá para segurar a barra junto com a gente. Isso vale pra você também.

- Obrigado, pessoal. Vocês são tudo pra mim. Amo vocês para sempre. – se abraçaram, Nick segurou o choro, mas repetiu a pergunta. – Mas sério... o que eu faço?

☆☆☆

- Você está muito calado hoje, aconteceu alguma coisa?

- N-não, nada. Por quê?

- Super. Você detonou meu pai umas oitocentas e quarenta e três vezes hoje e não se gabou nenhuma vez! Era como se sua cabeça não tivesse aqui.

- Não é nada, Ry. Sério. Acho que estou tão preocupado com as minhas notas que ter ficado além do horário na escola com um dos tutores deve ter afetado meu raciocínio.

- Oookay. Você viu como Kelly tá te cercando todo dia? – mudou de assunto. – Você não era afim dela?

- Eu?! Não. Quem gosta dela é Timbo. E ela esnoba ele direto. – riu dando um gole do seu ginger ale. – Mas é óbvio que percebi.

- E aí? Vai pegar?

- Talvez. Não quero confusão com Timothy agora, pelo menos não enquanto ele não arrumar outra para azarar. Tenho que cuidar do time e agora e, mais que nunca, das minhas notas. Treinador Dodgeson disse que se eu não subir minhas notar que ele não vai fazer a carta de recomendação.

- E você já tem ideia de para onde vai querer ir?

- Meu pai diz que eu deveria ir para Oklahoma, vou tentar pra lá também, mas eu queria ficar mais perto, talvez Michigan ou talvez Cali.

- Haha... bem perto a USC. – ambos riram.

- Mas imagina morar em um lugar mais quente, até que não seria uma má ideia.

- Ele acha que você tem chance?

- Diz ter certeza de que eu vou me tornar um novo Tom Brady ou Joe Montana.

- Porra! Que expectativa. E você nem tá se sentindo pressionado, né?

- Nem me fala. Que eu vou dar meu melhor, não tenho dúvidas. – olhou para o relógio intencionalmente. – Acho que tenho que ir pra casa.

- Por que não fica aqui hoje, já está bem tarde?

- Nah, tenho treino cedo amanhã. E ainda fiquei de ajudar meu pai com umas coisas dele lá. – mentiu sobre a segunda parte. – Será que seu pai aprendeu que na sinuca ele nunca vai me ganhar?

- Se você acredita que Papai Noel existe, talvez ele tenha aprendido.

- É... semana que vem eu acabo com ele de novo.

- Por favor! Não existe nada melhor de ver ele irritado com seu excesso de sorte. – gargalharam ao mesmo tempo. Fizeram seu cumprimento especial dos membros do time, embora Ryan não fizesse parte. – A gente se fala.

- Acho que meu pai vai fazer um churrasco lá em casa no domingo, tá afim?

- Tô dentro.

- Pede para sua mãe levar aquele mac’n’cheese sensacional dela.

- Não sei como consegue comer aquela gororoba e ainda ter esse corpo, Super?

- Duas horas de academia todo santo dia, meu caro. Devia experimentar.

- Quem sabe um dia.

- Sei... no dia 31 de fevereiro te vejo lá. – Ryan deu um soco no braço de Philip e sacudiu de dor.

- Porra! Tu é feito de aço?

- Meu apelido não é Superman à toa, né? – deu uma piscadela para Ryan. – Boa noite Sra. King.

- Já vai, meu querido. – Andrea, mãe de Ryan o beijou. – Tome cuidado no caminho.

- Sempre. – sorriu retribuindo o beijo em seguida. Depois apertou a mão de Hayden, o pai. – Revanche semana que vem, Sr. King?

- Sua sorte um dia acaba, meu rapaz. Estarei te esperando. – saiu da casa dos King.

Subiu em sua bicicleta, colocou os fones de ouvido na sua playlist favorita, mandou uma mensagem para os pais, avisando que estava voltando para casa e foi à toda velocidade.

Durante o caminho, cortando caminho por vielas e trilhas das praças, ele cantava junto com as músicas, mas repassando mentalmente, como durante toda a disputa com o pai de Ryan, a aula da tarde.

“Nicholas realmente é um excelente tutor. Se ele conseguiu me fazer entender aquele monte de fórmulas, consegue ajudar qualquer um.”

Porém não era o que o impressionava, mas o próprio Nicholas. Analisando com mais calma, percebeu por alguns momentos distintos que seu tutor estava na verdade olhando para ele e não para seus exercícios.

“Será que ele...” – imaginou se Nicholas não pudesse estar interessado nele. – “Nah! Ele acha que eu sou hétero...”

Essa última frase em sua mente não ressonou como ele esperava. Isso o fez desconcentrar no caminho e sua bicicleta derrapou ao desviar de um esquilo que cruzou na sua frente inesperadamente.

Mesmo com o chão áspero, ele não se machucou. Sua calça ficou bastante suja, bem como sua jaqueta, mochila. Mas nada mais sério. Olhou para suas mãos, tudo normal, ele havia usado o braço na queda.

“O que foi isso?” – olhou para a árvore o minúsculo esquilo subindo assustado.

- Amiguinho, te garanto que o susto maior foi meu. – Olhou para o alto. As nuvens haviam se dissipado e a lua estava amarelada. Ainda sentado no chão respirou fundo e pensou novamente em Nick.

Notou que realmente o rapaz estava perdido em pensamentos olhando para ele enquanto resolvia os problemas matemáticos. Sorriu.

“Ele realmente tem algo por mim. Agora eu tenho certeza.” – Se levantou, tentando tirar o máximo de sujeira da calça, tirou a jaqueta, sacudiu e depois a amarrou na cintura. Pegou a bicicleta e um senhor que passeava com seu beagle.

- Rapaz, vi o que aconteceu. Você está bem?

- Estou bem sim, senhor. – sorriu simpaticamente, montou em sua bicicleta novamente, checou os freios e se pôs no caminho de casa novamente.

Todo mundo já estava dormindo, seus pais e sua irmã mais velha. Subiu as escadas com cuidado, mas sua mãe saiu do quarto no momento em que abria a porta do seu.

- O que houve com você, meu amor?

- Um esquilo houve, mãe. – e riu. – Cruzou na hora que eu entrei na trilha da praça, me assustei e acabei derrapando.

- Mas você está bem?

- Estou inteiro sim. E o esquilo também. – riu de novo.

- Não fique muito tempo acordado, ok?

- Vou só tomar um banho. Preciso dormir pra amanhã. – Phil se curvou para que ela o beijasse na testa, como de costume.

- É... definitivamente você precisa de um bom banho. – bagunçou o cabelo dele e voltou para o quarto.

Depois de limpo, já deitado em sua cama, usando apenas sua cueca boxer da marca preferida, branca. Seu corpo perfeitamente delineado, banhado pela luz da lua lá fora, levou um dos braços atrás da cabeça e se perdeu em pensamentos.

No relógio já passava de 1 da manhã.

Philip não conseguia fechar os olhos. Ficou encarando o teto do quarto, ainda cheio de adesivos da sua época de criança que brilhavam no escuro, fazendo parecer o espaço. Na época ele queria ser astronauta e conhecer Saturno, andar pelos anéis do planeta.

Mas não era essa a lembrança que era o motivo da sua insônia. Ele sorria como um bobo. A lembrança foi um pouco mais além do que a tarde de estudos extras, voltou um pouco mais, na verdade um dia mais, quando no intervalo ele olhava discretamente para um jovem na arquibancada acompanhado por outras duas pessoas.

Em sua visão ele era adorável: cabelos loiros levemente ondulados compridos um pouco além dos ombros que balançavam com o vento e brilhava dourado quando o sol batia. Seus olhos azuis eram diferentes da maioria, era de um azul profundo que parecia pintado em vidro.

“E o sorriso? Nossa, aqueles dentes que dão um ar de vampiro tirado de um filme. Sempre me dando seu sorriso mais encabulado pra mim. Era um sorriso que era só meu, eu sempre soube.” – pensou repousando sua outra mão sobre sua barriga.

Dois dias atrás, vendo Nick enfiar a lata de Pringles® na mochila e depois seus olhares se cruzando, houve uma conexão ali, foi uma fração de segundo, mas foi o suficiente para algo acontecer dentro de Phil.

Se imaginou passando suas mãos pela rosto de Nick, envolvendo-o e seus lábios se encontrando suavemente, mantendo seus próprios olhos abertos para ver o momento em que aqueles olhos azuis iriam ser ocultos na antecipação do beijo. Phil acariciou os próprios lábios suavemente, como se pudesse sentir o toque real.

Continuou acariciando os lábios suavemente, desceu a outra mão, passando pelo pescoço, peitoral, abdômen até passando para dentro de sua roupa íntima. Soltou um suspiro.

As diversas imagens de Nick ao longo dos dias foram preenchendo seus pensamentos e guiando suas carícias. As vezes que pegava o garoto dos cabelos dourados o encarando, se atrapalhando para fingir que não estava encarando. Abriu um sorriso lembrando dessas incontáveis situações.

Em sonho, mesmo acordado, tudo era possível. Visualizou tocando acidentalmente a mão de Nicholas durante uma possível futura aula, biblioteca vazia, seus olhares fixos bem no fundo um do outro, como se pudessem ver suas almas. Suas bocas se aproximando lentamente, sentindo o ar quente saindo por conta da respiração fora da cadência normal.

Soltou um gemido baixinho, estava completamente entregue à fantasia.

Philip puxou Nicholas a seu encontro, Nick virou o rosto e suavemente Philip retornou a direção de seu rosto para se olharam. Suas mãos suavemente em seu rosto, uniram suas bocas em um beijo suave e apaixonado. À volta deles o cenário se dissolveu para a reserva florestal dos Illinois, na pedra do sol, um local que era considerado um dos mais bonitos da cidade.

Outro gemido saiu de sua boca, e a intensidade de suas carícias em seu próprio corpo aumentaram. Seu corpo se contorcia de prazer.

As jaquetas foram retiradas, sem parar com o mágico beijo. Em seguida as camisas, tocando pele com pele. Dedos das mãos entrelaçados, sol banhando os dois na clareira. Os cabelos com seu brilho dourado e a brisa suave era a visão da perfeição para Philip.

Sentiu arrepios descendo a espinha. O ápice estava bem próximo. “Não... por fa-vor... não...” – pensou, tentando controlar, mas já era tarde demais para voltar atrás.

A respiração acelerou, o beijo intensificou. As mãos dançavam às costas dos dois, quando Phil puxou Nick pelas nádegas, forçando-o a cruzar as pernas no entorno de sua cintura.

O líquido morno desceu por sua mão. Olhos fechados e totalmente sem fôlego, mas também sem capacidade de retomar a respiração. A primeira imagem que veio em sua cabeça quando finalmente foi capaz de concatenar as ideias foi do treinador Dodgeson ordenando que deixasse seu escritório e os outros companheiros de time rindo e sacaneando ele por ter sido pego com outro rapaz.

Uma lágrima desceu pelo canto dos olhos. Ele sabia o que essa “insônia” significava.

“O que eu faço?”

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