* Eu Aguento *

Quando o carro estacionou ele subiu ao redor dos garotos que falavam sobre jogarem videogame, graças ao bom Deus os garotos daquele apartamento haviam se tornado seus irmãos em poucas horas.

Eram bagunceiros e debochados, particularmente bonitos, aquele tipo de grupo que podia andar junto sem queimar seu filme.

— Segunda depois da faculdade podemos ir lá - Jones bradou ao adentrar o apartamento sendo seguido pelos outros. Apolo foi o último que entrou e fechou a porta procurando por Ivy e lhe encontrou na cozinha com as garotas, preparavam alguma coisa — É o melhor lugar que temos para jogar todo tipo de jogo e pagar pouco.

— É mesmo, até porque o nosso videogame não vai durar muito se continuar com esse deboche para todo lado. - Josh mirou no colega que sempre ria quando ganhava uma partida de qualquer coisa. — Chega um momento em nossa vida que precisamos deixar os amigos ganharem, sabia? - Josh parou com as garotas vendo que todas se juntaram na cozinha — A Madison ganha de você se for jogar.

— Mas é claro, a pessoa tem sessenta irmãos e vinte irmãs, aprendeu desde cedo como jogar e socar a cara de pessoas - Jones parou ao lado de Ivy com um sorriso galanteador, Madison apenas assentiu sem querer entrar em detalhes — E você, Ivy, tem irmãos?

— Tenho. Um na verdade. Ele nunca chega na hora certa para nada na vida, mas é uma pessoa legal. E viajaria sem pensar duas vezes para vir me salvar se souber que alguma coisa errada está acontecendo. - Avisou para Jones que continuou a olhá-la, encantado.

Ivy era bonita, o cabelo curto chama atenção para o pescoço fino com uma linda tatuagem ali. Além de aparentemente manter um corpo atlético, se não fosse líder de torcida na escola, fazia academia e por isso era claramente perfeita aos seus olhos.

— Eu não me preocuparia em conhecer outro colega. Gosto quando a casa está cheia, e falando nisso, quando vamos dar uma festa? - Josh questionou sentando no chão para ligar o famoso videogame.

— Se todo mundo concordar, começamos a planejar logo. - Amber riu maliciosa. Adorava festas.

— Vamos planejar, mas para daqui a alguns dias. Esse final de semana terá a festa dos calouros e vai ser épico porque estou na frente da organização - Jones se afastou correndo para sala juntos dos meninos — Apolo se alguém te escolher para o trote, sinto muito.

— Trote? - Ivy quase tem um infarto, o que chamou atenção de todo mundo. As garotas riram e Jones voltou-se a menina — Como assim trote? Que tipo de trote?

— Prometo que tiro seu nome de qualquer lugar que queiram colocar, você não parece o tipo de menina que levaria isso numa boa depois, e não queremos machucar ninguém. - Se compadeceu todo apaixonado.

— Ah, com certeza ela não aguenta - Apolo falou rindo, Ivy parou o seu desviando o olhar para o garoto na sala. — Se fizerem qualquer coisa, ela acaba chorando e gritando que nem um bebê na frente de todo mundo. - Fez bico antes de virar para encarar todos sorridentes, menos Ivy — Eu nem mexeria com ess-

— Quer saber, Jones, qualquer trote ridículo que queiram jogar nos calouros vai ser pouco comparado a ter que conviver debaixo do mesmo teto que o filho do demônio. - Todos riram menos Apolo que abaixou o controle de uma vez. — E temos que viver todas as experiências da faculdade, não é? Então, que venha o trote.

— É assim que se fala - Jones gritou se jogando ao lado de Apolo, o encarou — To apaixonado por ela - Voltou para tela.

Apolo permaneceu olhando para o colega por alguns segundos antes de encarar Ivy do outro lado e voltou para tela.

— Isso só pode ser brincadeira com a minha cara.

Ao voltar para o quarto, Apolo se jogou sobre o colchão passando a mão pelos cabelos negros e compridos.

Já vinha treinando a parte de fingir não gostar dela e até tinha feito terapia no verão, mas se afastar era a melhor solução uma vez que Ivy Olivares odiava sua cara.

Gostar de uma pessoa não é algo natural, ainda mais quando o amor não era recíproco e por conta disso aprontou de tudo um pouco.

Gostava de como ela surtava e começava a gritar com ele. Mas quando o fim do ano estava se aproximando, ele percebeu que não ia mais poder torturar Ivy por muito mais tempo.

E então, pensou em se declarar no baile. Mas outro babaca a chamou primeiro. Então, já que ela não ia com ele, que não existisse baile nenhum.

Destruir o sonho de todo mundo apenas para a garota que gostava não beijar outro homem era fichinha perto dos anos que se dedicou a atormentar a vida dela.

E no fim, não lhe restou nada.

Mas, o mais importante naquela viagem e na sua vida agora era deixar aquela paixão de adolescente de lado e focar no seu futuro.

Na faculdade tinha garotas bonitas e qualquer uma seria facilmente tomada por seus olhos e a imagem de Ivy Olivares não lhe atingiria mais…

Né?

Errado… Ivy estaria lá também.

Ergueu a cabeça jogando todo o ar preso para fora.

Porque justo aquela cidade?

Por que a faculdade?

Até o mesmo apartamento?

Era alguma coisa de destino como nos livros de sua mãe? Só podia ser.

Levantou da cama indo até a janela e encarou a lua brilhante lá fora. Que merda os deuses estavam tentando fazer com seu filho?

— Apolo? - Jones abriu a porta trazendo o celular junto de si — Amanhã vamos à praia. Quer ir com a gente ou vai visitar mesmo seu pai? - Tinha que acordar e seguir sua vida com ou sem Ivy e os deuses escolheram colocar ela no meio de tudo, então tudo bem. — Ou você prefere ficar em casa?

— Não. A praia parece bom. Eu vejo meu pai depois, eu não quero ter que começar logo essa vida de trabalhador tão cedo aqui. Posso curtir um pouco mais. — Viu o outro sorrir.

— Beleza! Esteja pronto antes das oito da manhã, saímos depois das nove.

_-_

No quarto ao lado as coisas não estavam diferentes, Ivy jogou o celular na cama depois de passar trinta e sete minutos digitando um texto enorme para sua mãe e seu irmão contando tudo o que tinha acontecido inclusive seu encontro com Apolo que não foi uma das coisas mais maravilhosas.

O ruim era saber que ninguém conseguia entender seu lado, só sabiam dizer o quanto Apolo era bonito e chamativo e o homem mais perfeito do mundo. Sim, ele era bonito, ela não iria admitir o contrário.

Apolo era atraente com todo aquele cabelo comprido e quando amarrava em um coque o deixava tão sexy, mas ao mesmo tempo em que ele era perfeito na aparência física, ele era a pessoa mais ridícula e ruim por dentro.

Era debochado e um grande cafajeste, lhe irritava, e fazia o possível para vê-la chorando.

Nunca entendeu o motivo se ser seu alvo, mas também, não deixaria isso lhe atingir agora.

Ah, mas não ia mesmo.

Apolo agora lidaria com uma Ivy adulta que não se deixaria abater por nada, nem mesmo se tivesse que chorar, choraria ali naquele quarto, trancada e sem ninguém ver, mas nunca na frente das pessoas. Isso era certo.

Mal deu tempo de fazer sua rotina antes de dormir quando o celular tocou para acordar. Levantou a contragosto, mas teria tempo para dormir depois. Saiu do quarto olhando para os corredores, era cedo e como não havia sinal de ninguém acordado, desceu para preparar um café da manhã reforçado. Além de maquiar, cozinhar era um dos seus maiores prazeres na vida e isso não seria um problema naquela casa.

A água sob seu corpo era o melhor e maior calmante do universo. Iria sair com o pessoal para a praia, tiraria algumas fotos e mostraria a sua mãe que estava tudo bem apesar do texto da noite passada. Ignoraria completamente qualquer investida de Apolo e estava tudo bem. Quando terminou de planejar todo seu dia no chuveiro, abriu a porta do banheiro a tempo de dar de cara com justamente o homem que queria esquecer.

Ele bocejava de olhos fechados enquanto bagunçava os cabelos atrás. Odiava saber que eram muitos centímetros menores que aquele idiota, e no momento, seus olhos varreram aquele corpo atlético que nem ela ousaria colocar defeito.

Porque ele precisava ter tantos músculos?

E aquela pele bonita e robusta?

— Se você for babar, ao menos procure um pano de chão... Ou pode tirar a toalha, eu não me importaria. - Avisou fazendo a garota soltar a maçaneta da porta e só então subir os olhos para os deles. Ele ria, ria como se tivesse acabado de contar outra de suas piadas sem graça, mas a verdade é que ele preferia rir a descer o olhar do rosto dela e imaginar como seria o corpo pequeno sem aquela maldita toalha o cobrindo.

— Não seja idiota. Acha que você é o tipo de homem que me atrai? - O olhou dos pés a cabeça parando dois segundos no tronco malhado novamente para então subir até os olhos. — Se toca Apolo, se enxerga.

Passou por ele desfilando até seu quarto, Apolo não se mexeu a seguiu com o olhar sentindo um cheiro doce de perfume ou era apenas alguma colônia? Ela precisava ser cheirosa daquele jeito? Ivy parou na porta e olhou de relance para saber o motivo daquela porta não ter batido e o logo teve sua resposta, ele continuava ali, lhe observando.

O que Apolo era agora? Além de chato e inconveniente era um tarado? Deu de ombros abrindo e fechando a porta do quarto deixando o corredor para finalmente respirar.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP