Quando as garotas disseram que a praia era uma das mais bonitas do mundo, ela não contestou tão pouco desacreditou da animação de Amber, ou nas palavras contidas e emocionantes de Madison, mas parando agora para olhar de verdade, era mais bonita do que conseguiu imaginar. Já tinha visto muitas vezes por fotos e sonhou em caminhar por aquelas areias, mergulhando vez ou outra seus pés na água. O coração não parava de acelerar e não conteve o sorriso ao se imaginar como nos seus sonhos.
— Então, o que achou? - Amber parou ao seu lado sabendo que tinha conquistado finalmente o coração de sua nova colega de quarto com aquela cidade maravilhosa. Todo mundo que ia ali, se deliciava com cada pedacinho que lhe era oferecido. — Espero que esteja com vontade de correr e se jogar na água. Nem sempre estará brilhando com um sol. Tem dias que o frio é de foder qualquer um.
Correu na frente sendo seguida por Josh que era o garoto mais fã de praia que iria conhecer na vida. Por ser um verdadeiro rato de academia, adorava tirar a camisa e mostrar todos os seus músculos e mostrar mais ainda o quanto era gostoso sob os olhares das garotas histéricas. Claro que esse era um dos motivos por estudar Engenharia e ainda praticar esporte ao jogar no time da faculdade, apenas pelo prazer de jogar nos times sem camisa além de é claro, está mais tempo com garotas com saias curtas pulando e movendo aqueles seios para cima e para baixo.
Talvez fosse um tarado? Bom, ele não se considerava um, afinal, ele olhava, olhava, olhava, gostava, sorria, seduzia de longe, mas nunca ia lá, se alguém quisesse alguma coisa, que viesse e ele jamais dispensaria. Passou por Ivy com um riso maior que qualquer coisa gritando pras meninas e jogou suas coisas em qualquer lugar correndo para a água sem parar um minuto. Ele era divertido até demais. Por sorte, viu todo mundo passar para a praia e procurar um lugar para ficar... Quer dizer, quase todos.
Colocando os óculos de sol, Ivy voltou-se para trás e se assustou ao ver Apolo em frente ao carro de Jones conversando com uma garota. Ela parecia mais sorridente do que nunca e ele interessado em cada coisa que saia da boca dela. De repente, ele olhou para frente e seus olhos se encontraram, ela virou rápido ajustando os óculos e passou a andar em direção as meninas que esticavam seus panos no chão para sentarem, Jones lhe ajudou com a barraca, sempre um homem bastante cavalheiro.
— Se você precisar passar protetor nas suas costas eu também posso ajudar com isso. - Avisou todo cheio de sorrisos e Ivy revirou os olhos tirando a camisa para mostrar seu biquíni preferido guardando os seios e como se não bastante toda aquela beleza, aproveitou para tirar os shorts na mesma proporção de beleza. — Se você quiser que eu passe em todo e qualquer canto do seu corpo eu também aceito.
Ela riu dando a ele o protetor e as costas para que passasse — Se contente apenas com as minhas costas - Ajeitou os óculos novamente bem a tempo de ver seu inimigo vir em sua direção, os olhos grandes em cima de si. Olhou-a dos pés a cabeça e parou bem ali. Será que alguém além dele estava vendo uma beldade parada no meio da praia? — O que foi? Se for babar ao menos disfarça para não parecer tão obvio.
Apolo riu de canto arrumando os óculos e passou por ela tirando a bermuda e não tardou a pular na água. Jones terminou seu trabalho com muito cuidado e calor, abandonou seu posto correndo para tomar banho também, nem sempre podiam curtir o sol, mas claro, para o grande Jones, correr e se jogar na água era mais fácil que ficar perto de Ivy Olivares, uma deusa pequena enviada para atormentar a cabeça daqueles três homens.
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À noite, o frio não queria dar trégua ou paz a ninguém.
Sua moto estacionou em frente à casa que conhecia apenas por fotos. Tirou o capacete tentando buscar no fundo da sua alma se estava fazendo certo.
Mas é claro que estava.
Quem quer se independente faz de tudo um pouco, né?
E se no momento teria que ralar um pouco mais enquanto tirava a camisa, que mal faria?
Desceu da moto deixando o capacete de lado a fim de pensar melhor no que estava fazendo. Esperava que ninguém o visse ali, pelo menos ninguém que ele conhecesse de verdade.
Não precisou tocar a campainha, pois assim que ergueu a mão, a porta foi aberta revelando seu pai, com uma barba e o corpo coberto de tatuagens. Ah sim, aquele era o homem que se lembrava muito bem em sua infância com um sorriso cínico nos lábios e o olhar de quem estava prestes a cometer um crime.
Não era de se esperar que sua mãe houvesse largado um psicopata como Athilas Kade.
— Meu filho - abraçou o garoto já trazendo para dentro — Senti sua falta. Continua tão bonito quanto à última vez que o vi, com certeza puxou a mim na beleza. - Se afastou ainda o encarando nos olhos — Como tem passado?
— Muito bem graças a minha mãe. E ela está bem, obrigado por perguntar. - Falou deixando de encarar aquele homem para estudar a casa onde entrou. O lugar era espaçoso com uma decoração sombria, será que seu pai havia entrado para o mundo sombrio agora estando casado com outra mulher? Rodeou toda a sala com os olhos avaliadores antes de voltar ao homem que já chegava perto dos estofados.
— Não precisa ser tão duro, você que não quis vir morar conosco, te chamo há anos. Ainda bem que pelo menos decidiu fazer faculdade aqui, essa cidade é maravilhosa, você vai gostar. - Serviu dois copos de vodka oferecendo um a Apolo que pegou e cheirou — É a minha preferida.
— E eu estou dirigindo - devolveu ao homem ainda andando pela sala — O que você anda fazendo para ganhar tanto dinheiro além dessa tal boate? Ou melhor, eu acredito que quem tem é a minha madrasta.
— E você falou certo. - A terceira voz veio carregada de prazer e desejo, tudo ao mesmo tempo, uma mulher apareceu revelando um sorriso mais deslumbrante mostrando que não estava ali para brincar, com os lábios pintados de vermelho e um vestido sensual, desfilou até o marido recebendo o copo que outrora fora rejeitado — E você é mais bonito que nas fotos que seu pai mostrou. Devo agradecer aos deuses por isso?
Apolo olhou da mulher para o pai. Ele certamente não encontraria coisas comuns como sua mãe, que era uma mulher calma e feliz vivendo em sua casa normal, e não naquele show de horrores.
Embora a sua nova esposa fosse de todo bonita, sensual. Afinal, dentro de vestidos longos e de cetim qualquer mulher fica exuberante, não é? Sentou no outro sofá de frente para o casal que grudou e não se afastou.
— Obrigado por me achar bonito. Devo essa honra ao meu pai, ao menos uma coisa boa ele me deu - falou e sorriu no final, trazendo finalmente os olhos de sua madrasta para si. — Como vai rolar?
— Eu tinha um dançarino muito lindo, tão lindo que acabou encantando uma mulher muito importante na nossa cidade, uma mulher tão importante que achou que não poderia mais dividir seu dançarino preferido com as outras mulheres. E resolveu leva-lo do meu clube.
— Você vendeu o garoto? Vender pessoas não é crime? - Relatou aos dois que reviraram os olhos e Athilas levantou para buscar mais bebida — Em todo caso, como eu entro nessa história? Você disse que tinha um plano, quer que eu sirva as pessoas? Eu não tenha paciência para isso.
— Não se faça de inocente, sempre soube que tínhamos a boate e ela sempre nos deu muito dinheiro - Ele apenas concordou. Dizia a todos que era um simples bar, não uma boate de stripper cheia de homem dançando pelado. — Com a saída dele, e para deixar claro ele pediu a conta, e se foi seguindo a mulher que o bancará para o resto da vida, você ficará no lugar. Temos um número exclusivo de stripper e as mulheres adoram, sabem de todos eles. E ter um novato em minhas mãos é tão bom. - Falava com entusiasmo. — Você trabalha depois das dez da noite, entra, dança, curte, bebe, seduz algumas garotas e depois vai pra casa, lá pelas três da manhã. Dá tempo de chegar ao seu novo apartamento, e também de ir para a aula.
— Só dançar e depois ir embora? - Apolo sorriu, gostava de dançar e exibir seu corpo.
— Você também pode dormir com qualquer mulher desde que elas paguem, e quando uma mulher exige um cara, ela paga até o triplo que eu ofereço. Ah, mulheres desesperadas para serem tocadas vão ao extremo. - debochou a madrasta ao lado do marido, Apolo revirou os olhos.
— Não tenho interesse em dormir com mulher nenhuma dentro da boate, se é para dançar tirar a camisa e a calça, eu tiro e danço, mas não vou dormir com nenhuma mulher, não importa o quanto peçam.
— Uma hora você vai ceder, porque o dinheiro corrompe as pessoas mais do que imagina.