Será possível nascer um amor através de um olhar? É assim que acontece como casal Dilan e Valeska, de repente um olhar, um mistério e surge o amor. Dilan Parker é o CEO da Parker Tecnologia, ao cumprir uma aposta que perdeu para seus melhores amigos, seus olhos contemplam uma bela negra, a partir daí ele não esquece mais a mulher que tanto o encantou. Sem precisar fazer qualquer esforço o destino tratou de fazer o encontro dos dois, nascendo assim uma grande paixão. O CEO da Parker é um homem possessivo e insaciável que possui sua amada quando e a hora que ele quer. Eles passam por muitas situações que interferem no relacionamento, mentiras, segredos, ciúmes, mas nada foi capaz de abalar amor que eles sentem um pelo, o outro. Valeska Suhai é uma mulher resiliente, vive sozinha desde seus dezessete anos, nunca desistiu de lutar, trabalhou, estudou e conseguiu se formar. Em uma noite em que não tinha pretensão de sair conheceu o homem misterioso que se tornaria o homem de sua vida.
Ler maisValeska Suhai
Adentro as portas da Parker, a empresa onde trabalho, com o ânimo renovado, hoje é sexta-feira o último dia da semana, isso quer dizer que amanhã não preciso acordar cedo, Deus sabe o quanto adoro dormir.
— Bom dia, bom dia!
— Valeska que animação toda é essa? Parece até que viu passarinho verde.
— Amanhã é sábado Catarine, portanto, folga, dois dias de descanso merecido, a semana se arrastou trabalhei muito, não parei um minuto se quer. Não vejo a hora do expediente terminar.
— Calma aí mocinha, ainda nem começou e já quer que termine? Brincadeiras à parte, essa semana para mim, também foi complicada, muita documentação para analisar. Que tal sairmos hoje para relaxar, podemos ir a um barzinho?
— Barzinho estou dentro.
— Dê o fora Felipe ninguém te convidou.
— A tadinho Cat.
— Hum! Magoou, Lipe faz beicinho.
— Deixa de ser intrometido Lipe, essa conversa é de meninas.
Felipe que chamamos carinhosamente de Lipe olha para Catarine, nossa Cat, indignado, já que interiormente se considera uma mulher. Aparentemente ele não tem nada, que remeta ao universo feminino, nem mesmo a forma de vestir. O que entrega não gostar de mulher é seu modo de falar e seus trejeitos, esses que ele apenas expõe em momentos de confraternização e entre amigos. Como ele mesmo diz, “não preciso me transformar em uma mulher só porque gosto de homens, não preciso mudar fisicamente por causa do meu gosto sexual”. Concordo com ele e não sou contra quem tem opinião diferente, só não entendo porque dele se sentir ofendido porque não foi incluído em nossa noitada de meninas, vai entender?
— Julgo ser melhor irmos à uma boate mais tarde.
— Boa ideia Cat, assim podemos ir para casa, descansar um pouco, nos arrumar com calma. Melhor do que sair direto do trabalho. Raquel comenta.
— Meninas tenho uma sugestão ainda melhor. Hoje vai ser inaugurado um clube para mulheres na Barra, tenho um amigo que irá trabalhar lá, ele me deu alguns convites, tinha até esquecido, já fazem duas semanas. A noite de hoje é só para convidados, nem sei como ele conseguiu, tenho quatro convites, se vocês toparem ver homens gostosos e sarados, essa será a boa para hoje.
— Nossa Pri, nessa fiquei de fora, mesmo minha mente e minha alma sendo praticamente de uma mulher, sou impedido de assistir a um espetáculo desses.
— Ah! Lipe, amanhã saímos com você, prometo.
Priscila que apelidamos de Pri, faz promessa ao Lipe, algo que sabemos muito bem que temos que cumprir, senão a casa caí. Rio lembrando da vez em que Raquel e Catarine não foram a um show que havíamos combinado com ele, Lipe fez um verdadeiro show com elas e ficou uma semana sem dirigir uma só palavra, até o próximo fim de semana em que a Pri nos levou para uma casa de praia espetacular de um dos amigos dela.
— Sinceramente, prefiro ficar em casa.
— Nada disso Val, você nunca quer sair, no máximo vai em uma festinha de aniversário. Chega de ficar em casa, você tem 22 anos parece que tem 60, deixa de besteira, mas tarde passamos na sua casa para te buscar.
Não sei se notaram, Val, sou eu Valeska, em nosso grupo de amigos temos preguiça de falar o nome inteiro das pessoas, a única que não tem apelido é a Raquel, a chamaríamos de que, Ra? Fala sério! Brincadeiras à parte, é uma forma carinhosa que fomos adquirindo com o passar dos anos, conforme nossa amizade foi fortalecendo.
— Não precisa Cat ir à minha casa, posso ir de BRT, me passa o endereço que encontro vocês lá.
— Nada feito, te conheço muito bem, se nós não formos te buscar você não vai.
— Está bom, dona Catarine você venceu. Cat bateu palminhas, igual criança com sua vitória, ela sempre faz isso quando consegue o que quer. — Chega de assunto, a hora do café já acabou, cada um para seu setor é hora de trabalhar.
— Sim senhora dona responsável, Raquel debocha. Realmente sou a mais responsável, tem horas que eles esquecem da vida fofocando.
Meu nome é Valeska Suhai, tenho vinte e dois anos e moro sozinha em uma quitinete no Recreio. Meus pais faleceram quando eu tinha 17 anos em um acidente. Eles estavam em um ônibus que vinha de São Paulo, para onde viajavam quinzenalmente para comprar roupas, trabalhavam com revenda. Fiquei sozinha, nossa família se resumia a nós três. Os
vizinhos ajudaram com o velório e me deram suporte durante um mês com alimentação. Vendi todas a mercadorias que ainda tinha em casa, recebi pagamento de algumas pessoas que compravam com meus pais para pagar depois, juntei o dinheiro e aluguei a quitinete que moro hoje, pois a casa que morávamos tive que entregar, era alugada e não teria como a manter.
Fiquei com poucas coisas por não caber na quitinete, vendi o restante dos móveis e depositei o dinheiro na caderneta para poder custear meu transporte para faculdade até conseguir um emprego. Não pretendia abrir mão de me formar, pois estudei muito para conseguir uma vaga na UFRJ.
Passei muita dificuldade, às vezes não tinha o que comer, fora o sofrimento de perder meus pais e ter que ser adulta com responsabilidades de uma hora para outra. Como solução imediata para obter uma renda, trabalhei como faxineira, com o dinheiro da minha primeira faxina, comprei material para fazer brownie, os levei para vender na faculdade, precisava ao menos pagar o aluguel, a água e a luz. Nem sempre conseguia casas para limpar, o que me fazia aumentar a quantidade de brownie e oferecer cada vez a mais pessoas. Quando vendia mais um pouco comprava comida para uma semana, quando não dava comprava pão, macarrão instantâneo, dava meu jeito.
No primeiro dia na faculdade conheci Catarine, Raquel e Priscila, somos amigas completamente diferentes umas das outras. Eu sou a mais tranquila e a romântica do grupo, acredito que tem alguém para mim. Não sou namoradeira, aliás, tenho tantos problemas que nem tenho tempo para isso, as meninas pegam muito no meu pé, vivem me apresentando rapazes.
Catarina é a doidinha do grupo, para ela a vida é uma eterna festa, é muito divertida, consumista e não pode ver um belo rapaz.
Cat vive com seus pais, eles têm uma cadeia de restaurantes muito bem requisitado. Para conseguir um jantar, somente mediante a uma prévia reserva. Seus restaurantes são muito bem frequentados, seus clientes são artistas, empresários, pessoas da alta sociedade. O salário que a Catarine ganha na Parker usa para suas futilidades, seus pais a dão de tudo.
Raquel é muito inteligente e amiga para toda hora, seu hobby é colecionar paixões, toda semana está apaixonada por um, cara diferente, chega a ser engraçado. Ela adora dá uma de detetive, sempre tem alguma teoria por algum assunto. Vive com sua mãe, seus pais são divorciados e mesmo sendo adulta recebe uma pensão do seu pai que tem uma boa condição financeira.
Por fim, Priscila. Ela é muito extrovertida e gentil, sua família tem uma rede imobiliária que é gerenciada por seu irmão Arthur que tem trinta anos. Pri preferiu arrumar um estágio por conta própria do que trabalhar na empresa da família. Ela é uma pessoa muito bem relacionada, conhece muita gente, a maioria dos lugares que conheci foi através de seus contatos. Sempre tem um amigo, um conhecido que lhe conseguem ingressos para boates, show e até mesmo viagens. Uma vez fomos para uma mansão em Angra dos Reis, de um dos seus amigos. A Pri é dessas.
Trabalhamos na Parker Tecnologia, uma das maiores empresas do Brasil e exterior. Tivemos muita sorte de conseguir esse estágio, já faz um ano que trabalhamos na Parker e em breve seremos efetivadas. Eu me formei na área de informática, para mim, esse emprego é ótimo por ser na minha área, estou fazendo o que gosto. Catarine trabalha nos recursos humanos, Priscila e Raquel trabalham na contabilidade.
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Antes de sair da empresa declarei que não iria sair hoje, minha vontade como sempre é zero. Sou uma pessoa que gosta de ficar no seu cantinho, assistir um filme, qualquer coisa na tv. Conhecendo bem minhas amigas, principalmente a Catarine, em breve estarão em minha porta, e mais uma vez serei obrigada a sair, por isso tomei banho e vesti uma roupa qualquer. Amo essas meninas, estar com elas, não é nenhum sacrifício, o problema é que elas adoram lugares tumultuados, com um mar de gente.
— Já vou, já vou, não precisa derrubar a porta. Não disse?
— Pensamos que estava dormindo. Vamos! Cat diz passando por mim, com seu jeito espevitado.
Dentro de casa, Priscila me examina, enquanto Catarine fica tagarelando. “Sabia que você não iria sozinha”, essas coisas.
— Esperem um pouco. Val você não vai sair assim sem nenhuma maquiagem?
— Nossa estava nenhum pouco, empolgada, por mim, ficava em casa. Catarine se adianta e diz o que eu provavelmente diria, só que com deboche, sua expressão é de reprovação.
— Apesar do deboche, Catarine tem razão.
— A Val pare com isso, preferi ficar em casa do que sair com suas amigas e vislumbrar vários corpos sarados, acabei achando graça e rindo com elas. Cat me pega pelo braço, me direciona até uma cadeira que tenho em meu pequeno cômodo, me sento, Raquel a entrega minha maquiagem e Cat começa os trabalhos, enquanto Priscila solta meu cabelo resmungando por estar preso em um coque mal feito, enquanto isso Raquel continua a falar dos gostosões do clube.
— Agora sim! Val, você está linda. A noite é nossa e dos gostosões. É hoje que me apaixono, começamos a rir porquê do jeito que a Raquel se apaixona fácil é bem provável que isso aconteça.
Estou vestindo uma calça preta justa que modela meu corpo e uma blusa de seda amarela. Priscila nos recomendou irmos de calça já imaginando subir no palco, Cat e Raquel é claro adoraram a ideia. Fomos no Fluence da Catarine, sempre ela que nos leva por ser a única que não bebe. Raquel e Pri também têm carro, mas bebem todas, álcool e direção não combinam.
Dylan ParkerA senhora, Margo me informou que alguns funcionários estavam solicitando uma reunião comigo, estranho, pois, ninguém vem a mim sem ser convocado ou ter agendado previamente. Quando perguntei quem eram os funcionários ela me disse que uma era minha cunhada, só podia ser a Catarine, lógico que permiti que eles entrassem. Estavam presentes Lipe, Priscila, Raquel e Catarine, olhar para eles, a família que minha mulher escolheu, me deu uma pontada de esperança, fiquei ansioso esperando por notícias.— Vocês descobriram onde ela está?— Não. Recebi um balde de água fria.— Sr. Parker, Dylan nem sei como chamar.— Pode me chamar de Dylan, Raquel.— Preste atenção, estávamos quebrando a cabeça para descobrir o paradeiro daquela fujona, fui colhendo todas as informações e bingo.— O que Raquel, fala logo?— A Val saiu da sua casa com uma mala.— Foi o que o detetive descobriu, a Sol confirmou que pela manhã ela estava arrumando umas roupas.— Então, o próximo passo foi a cafeteria
Cada dia que passa amo mais minha preta, ela está sempre me surpreendendo, hoje tivemos uma tarde maravilhosa, aquela maluquinha me sequestrou em meio ao expediente, estava sedenta, fodemos como se o mundo fosse acabar. Se ela não fosse tão comprometida com os estudos ainda estaríamos no hotel.Mesmo sentindo a sua entrega total tinha algo diferente na forma com que ela me amava, não sei dizer o que, mas tinha. Já são nove horas, daqui a pouco irei buscar meu amor, pelo jeito que ela se despediu de mim, creio que teremos uma longa noite.— Sol, sabe me dizer se meu terno cinza foi para a lavanderia, eu não consigo encontra-lo, amanhã tenho uma reunião e queria usá-lo.— Ah! Meu menino, isso são coisas dessas diaristas que você arruma. Sol fecha o cenho.— Vem cá sua ciumenta. A dou vários beijos.— Dylan para! Me escuta, hoje achei a minha menina muito estranha, você percebeu alguma coisa? Olho bem para a Sol e fico confuso. — Sol ela estava normal, passamos a tarde juntos.Não posso
Valeska SuhaiEsses dias que estou de licença, tenho acordado cedo e trazido o café da manhã para o Dylan no quarto, mas hoje em especial tomarei café na cozinha com ele, a Sol e o Cristian. Será uma oportunidade de disfrutar da companhia deles mais uma vez antes de partir. Essa semana, Dylan e eu não pedalamos, Cristian tem ido sozinho, desde que ele chegou ao Brasil, Dylan comprou uma bicicleta para mim e nós três passamos a pedalar juntos.Durante nosso café da manhã, Sol me observava atentamente, como se estivesse vendo meu interior, parecia ler meus pensamentos. Cristian foi a sua suíte pegar sua pasta para ir trabalhar, sem que ninguém percebesse fui atrás dele. Entreguei-o um envelope, não comentei com ele, que dentro tem três cartas, uma para ele, uma para a Sol e outra para o Dylan.— Cristian me faz um favor, abra esse envelope a noite, não antes disso. Outra coisa, não comente nada com seu irmão, ele maneia a cabeça concordando e me pergunta. — O que está acontecendo, cunh
Valeska SuhaiJá não aguentava mais ficar reclusa dentro da cobertura do Dylan, meu noivo com seu cuidado exagerado não permitiu que eu fosse trabalhar, ele me liberou somente para ir à faculdade. Acabei de fazer minha prova, fui liberada bem antes do horário que combinei com meu CEO gostoso, caso vá embora sozinha, ele não vai gostar, então, faço hora até ele chegar. Enquanto o espero em frente ao prédio, foleio algumas páginas do meu livro de gestão de marketing, alguns minutos se passam e me sinto estranha, minha pele se arrepia, como se algo ruim fosse acontecer. Uma sombra estaciona ao meu lado, temerosa pelo sentimento ruim em meu peito, viro-me devagar, infelizmente constato que quem está ao meu lado com um sorriso debochado e com seus olhos perversos sobre mim, é ele, aquele homem da loja, o que colocou a pulseira em minha bolsa para me incriminar.— Caminha sem dar bandeira, ele diz num tom baixo, porém, rude.— Ele coloca algo nas minhas costas, meu corpo gela.Ele me leva a
Dylan ParkerQuando Cristian e eu chegamos na empresa a polícia havia feito uma varredura e ninguém foi encontrado, não havia sinal de arrombamento, o segurança informou que o alarme tocou sem motivo aparente.Realmente é muito estranho, na segunda-feira pela manhã solicitarei a empresa responsável para verificar o equipamento. Liguei para Val, o celular dela tocou no meu bolso, esqueci que ela tinha o deixado comigo, fiquei tão preocupado com a Parker que não lembrei de entregar seu aparelho. Cristian ligou para Catarine, para saber se elas ainda permaneciam no local. Minha cunhada atendeu e confirmou que ainda estavam na boate, então voltamos para lá.Assim que chegamos avistamos nosso grupo de amigos, porém, a Val não estava com eles, perguntei por ela eles me informam que estavam na pista e Val tinha ido ao banheiro, depois disso não a viram mais. Meu coração dizia que algo estava errado, a procurei em todos os lugares dentro da boate e não a encontrei.— Puta que pariu, aonde ela
Valeska SuhaiEle encostou sua cabeça em meu peito, ficamos ali até acalmar nossas respirações, depois Dylan me pegou no colo e me levou para o quarto. No quarto ele me deitou sobre cama e foi para o banheiro. Demorou um pouco, quando voltou me pegou outra vez em seu colo e me carregou até banheira, ele entrou e eu fiquei sentada virada de costas para ele.— Me perdoa amor, não queria brigar com você.— Essa foi a nossa primeira briga de casal, rimos.— Eu sei que extrapolei.— Amor, depois que meus pais faleceram tive que me virar sozinha, de uma hora para outra, tinha aluguel para pagar, luz, água, alimentação e eu tinha apenas 17 anos, e acabado de entrar para a faculdade. Não imagina como foi difícil, tinha que ser forte na marra para não esmorecer, só me permitia chorar na hora de dormir no meu travesseiro. — Não me relacionei com ninguém até os vinte e um anos, no último ano do meu curso na faculdade, não podia perder o foco, as meninas não entendiam eu não querer relacionamento
Último capítulo