O plano de Vanessa.
Acharam mesmo que me expulsando da alcateia eu iria me curvar e morrer de saudade do que me tiraram? Hahaha. Que ingenuidade. Eles pensaram que, mandando-nos para o mundo humano, eu finalmente ia aceitar o papel de dona de casa invisível e agradecida por existir. Erraram feio. Enquanto eles vivem o conto de fadas, eu vivo o outro lado da moeda: o ódio. Durmo e acordo com a mesma imagem na cabeça — o sorriso satisfeito da Luna, a mão de Theo sobre a dela, a minha ausência como se eu nunca tivesse existido. Essas imagens me alimentam. Elas são combustível. E eu sou fogueira.
Passei anos alimentando esse sentimento com zelo doentio. Meu pai — aquele verme — queria que eu fosse filha obediente, que eu me moldasse ao plano dele: tornar-me Luna, ostentar título, viver de aparência. Rejeitei Antony porque me obrigaram a rejeitá-lo; quisentaram que eu matasse o coração por ambição. Rejeitei, e aquilo me quebrou por dentro. A humilhação virou algo que cresce a cada dia. Eles pensaram que me di