Entro em meu carro enquanto Helena caminha até o veículo do pai. O motor ronca, mas meus pensamentos são mais altos do que qualquer barulho da rua. Durante todo o trajeto de volta para casa, imagino o que meu pai quer tanto me falar. Será que ele já sabe que Helena é minha companheira? E, se souber, como vai reagir quando descobrir que eu a rejeitei? Esse peso me acompanha como uma sombra grudada na pele.
Quando estaciono em frente à casa, vejo Henry me esperando encostado na coluna da varanda. O jeito dele, com os braços cruzados e sobrancelhas arqueadas, deixa claro que alguma coisa está acontecendo.
— Já estava quase indo atrás de você. Seus pais chegaram e querem falar contigo. Acho que marcaram uma reunião, só não sei com quem ainda — diz Henry, ajeitando o casaco.
Antes que eu possa responder, o carro do pai de Helena se aproxima, estacionando bem atrás do meu. A presença deles deixa o ar mais pesado. Henry me lança um olhar rápido.
— Com Helena e seus pais. Só não sei o