Tentei de todas as formas me controlar. Cada fibra do meu corpo implora para eu permanecer quieta, mas minha loba — Rania — pulsa dentro de mim como uma maré em fúria. Vanessa, como sempre, sentada na cadeira ao lado de Theo. A questão não é a cadeira em si; é a forma como ela o chama, com uma intimidade que nem eu ousei usar ainda. “Meu amor.” Só de lembrar a voz dela me chamando assim, meu estômago se revira. O ódio me cegou nesse instante. Rania queria muito mais do que apenas derrubá-la; ela queria mostrar a todos quem eu sou. Eu também queria, mas me segurei com todas as forças.

Vanessa tentou avançar em mim; Theo se interpôs como um escudo. Quando senti o cheiro do sangue dele, metálico e quente, meu coração disparou. Ela havia rasgado o braço dele. Minha mente ficou em branco. Ela passou de todos os limites, mas, por muita sorte dela, Valentina — a irmã de Theo — agarrou Vanessa e a levou para longe de nós. Eu só espero, do fundo da alma, nunca mais ver essa garota se aproximar