Foi como se as borboletas tivessem sido enfim libertadas, por todo meu estômago, voando pela barriga, algumas pousando no coração, colorindo todo o escuro dentro de mim, trazendo uma sensação que talvez jamais eu tenha sentido antes. Theo disse tudo que desejei ouvir dele a vida inteira. E então a mulher de tantas palavras ficou sem saber o que exatamente dizer, já que o homem que amou por toda a vida descreveu exatamente tudo que ela sentia.
— Pelo amor de Deus... Diga alguma coisa — ele implorou. — Nem que seja me mandar para a puta que pariu e me chamar de louco depravado... E ameaçar contar para nossos pais.
Continuei em silêncio. As palavras querendo sair, mas morrendo nos meus lábios.
Theo ficou um tempo sem dizer nada. Depois concluiu, deixando bem claro:
— Tenho noção do quanto a machuquei. Mas realmente tudo que fiz foi por amor. Tentei afastá-la de mim, de todas as formas possíveis. Fugi, torci para que me odiasse... E no fim tudo que fiz foi destruir a mim mesmo.
— E onde f