— Ele queria dormir na minha cama. Para isso precisava tomar banho. Simples assim.
— Gatos não gostam de banho.
— Mas se fala em banho de gato. Logo... Eles tomam banho. Sabe que não tenho muita intimidade com gatos. Estou aprendendo a lidar com meu cachorro ainda.
— Banho de gato só em petshops especializadas, meu amor. Fofinho detesta, inclusive, o banho na pet.
— Não estou vestida para um café. — Me observei.
— Está linda... Como sempre.
Toquei seu braço, alisando carinhosamente. Nossos olhos se encontraram de forma breve, mas percebi os pelos dos braços deles eriçarem-se.
Como eu queria ter coragem de tocá-lo sem culpa, sem medo, como fazia até pouco tempo atrás, na certeza de que ele me conteria e nada passaria daquilo.
Era tudo tão simples... Poderíamos ir para um Motel, matarmos nosso desejo contido por toda uma vida e vivermos juntos, fingindo ao mundo que éramos irmãos que se amavam de forma fraternal.
Sim, porque era fácil mentir para todo mundo. Mas impossível fazer aquilo