Rosa Fernández
Saí do apartamento do Juan me sentindo péssima. O jeito como ele olhou para mim antes de eu sair... Ele é um pai maravilhoso, e vê-lo se sentindo impotente por não conseguir acalmar a própria filha partiu meu coração.
Entrei em casa e fui direto para o chuveiro. Não sei bem o motivo, mas, assim que a água quente deslizou pelo meu corpo, as lágrimas vieram sem aviso. Chorei. Chorei por Nina, por Juan, por mim. Passei boa parte da noite pensando neles, até que o cansaço me venceu.
Na manhã seguinte, acordei atrasada. Xinguei mentalmente o despertador e me apressei para sair.
— Apareceu a margarida.
Revirei os olhos ao ouvir a voz do professor que parecia ter prazer em me provocar. Apenas entrei na sala e me sentei em silêncio. Ele me lançou um olhar crítico antes de continuar a aula.
No final, ele me chamou.
— Gostei que não trouxe a criança para minha aula.
Cruzei os braços, sentindo o sangue ferver.
— Se eu trouxe minha filha para aula, foi porque não tinha com quem dei