Alguns dias haviam se passado desde a festa de um ano do nosso filho. A lembrança ainda vibrava dentro de mim com a mesma intensidade de quando vi Luiz Eduardo apagar a velinha, mesmo que com a ajuda desajeitada de Edward e um bico emburrado, porque queria mesmo era brincar com os balões.

Apesar do rompante desnecessário de Bruno, a festa tinha sido linda. A energia, as pessoas, os sorrisos, tudo havia sido um reflexo do que a gente construiu juntos. Uma nova fase. Uma nova vida.

Mas foi também ali, naquele momento em que minha irmã foi atacada publicamente, que algo dentro de mim se acendeu com mais força. O desejo antigo que vinha crescendo aos poucos se transformou em urgência. Não era mais uma ideia vaga. Era uma missão.

Na manhã de quarta-feira, Luiz tirava sua soneca no carrinho, e eu preparava café quando Edward entrou na cozinha, ainda com o cabelo molhado do banho, vestindo jeans e uma camiseta branca, com aquele olhar atento que ele sempre tinha