O silêncio da casa era interrompido apenas pelo som dos passarinhos na manhã de segunda-feira. Luiz Eduardo dormia em seu berço após mamar, e eu, de frente para a janela do quarto, sentia meu peito leve e ao mesmo tempo repleto de um novo tipo de peso: o das possibilidades.
Voltar ao trabalho tinha me trazido sensações intensas, mas o que permanecia batendo forte dentro de mim era a conversa que tive com Edward no dia anterior. A ideia de assumir a gestão do hotel já era um passo grande. Mas o que realmente gritava dentro de mim era a sugestão dele sobre criar um espaço voltado para mulheres. Um lugar de acolhimento, força, transformação. Um lugar que eu gostaria de ter encontrado em tantas fases da minha vida. Foi no meio de um banho quente, com os olhos fechados e a água escorrendo pelos ombros, que um nome veio a mente. Como um sussurro. Um raio de sol invadindo uma manhã fria. Espaço Aurora. Sim.