Voltar a trabalhar me causava um tipo estranho de ansiedade. Não era medo. Era diferente. Algo como uma mistura de expectativa e incômodo. Mesmo em licença, eu nunca parei de fato. Trabalhava de casa, organizava agendas, filtrava e-mails importantes, repassava pendências para o Edward... Sempre fui apaixonada pelo que fazia, não apenas pelo cargo, mas pela sensação de ser útil, de manter as coisas fluindo.

Mas algo dentro de mim tinha mudado.

Desde que Luiz Eduardo nasceu, meu olhar para o mundo mudou. Não apenas porque agora havia um serzinho que dependia de mim para tudo, mas porque a maternidade aflorou partes da minha personalidade que antes estavam adormecidas. Força, empatia, firmeza e, ao mesmo tempo, vulnerabilidades que nunca havia sentido com tanta intensidade.

Naquela manhã de domingo, a casa estava silenciosa. Edward havia saído com Luiz para passear no parquinho da nossa rua, apenas para me dar um momento de tranquilidade e descanso, como fazi