Felipe
Marcava duas da tarde quando o telefone tocou sobre a mesa.
Atendi sem muita atenção, ainda revisando um contrato.
— Pois não?
— Senhor, tem uma moça aqui chamada Laila. Ela disse que precisa falar com o senhor com certa urgência — informou minha secretária.
Levantei imediatamente a cabeça.
— Pode deixá-la entrar.
Segundos depois, a porta se abriu e Laila entrou apressada, quase ofegante.
— Laila? — franzi o cenho. — Aconteceu algo com a Lorena?
— Não, não — respondeu rápido, levantando as mãos. — Mas é importante. Muito importante. E urgente.
Ela se aproximou da mesa. — Você já preparou alguma coisa para o aniversário dela?
— Não — falei sem rodeios. — Na verdade… eu nem sei quando é.
Ela arregalou os olhos, indignada.
— Como assim você não sabe? Vocês não estão namorando?
— Estamos — respondi, coçando a nuca. — Mas ela nunca comentou nada.
Laila suspirou.
— Faz sentido. O pai dela nunca comemorou os aniversários dela. Por isso ela não fala muito da data.
Meu peito apertou.
—