POV:ELLEN BENEDITT
Rolei para o lado instintivamente, e um chicote de sombra rasgou o ar onde eu estivera. Ele nos esperava. Queria nos separar.
— Cuidado! gritei para Victor.
Sem perder tempo, murmurei outra palavra de poder. Minhas mãos se iluminaram, e uma corrente de vento cortante explodiu na direção da figura.
O manto se rasgou.
O que vi me fez congelar.
A forma humana que o Tecelão usava era de um jovem — belo, quase angelical — mas seus olhos... aqueles olhos eram fendas de trevas líquidas. Não havia bondade, nem redenção ali. Só fome e maldade antiga.
Ele sorriu.
E o mundo tremeu.
A parede ao nosso redor estremeceu, pedras caindo, o chão rachando sob nossos pés.
Ele estava tentando desabar o túnel.
— Rápido! Victor agarrou meu braço e me puxou para trás. Corremos, saltando sobre pedras soltas, escapando por pouco de uma laje que caiu esmagadora.
Do outro lado da passagem, vimos o Tecelão sumir por uma fenda estreita, rindo — uma risada seca, sem vida.
Parei, arfando, o peito