POV: ELLEN BENEDITT
A música ecoava suave pelas paredes douradas do Grande Salão, uma melodia etérea tocada por instrumentos de prata e vozes encantadas. Luzes mágicas flutuavam no ar, lançando reflexos dourados nas centenas de máscaras cintilantes que cobriam os rostos dos convidados. O baile era uma celebração pela vitória — ou assim eles queriam acreditar.
Mas eu sabia melhor.
A vitória fora incompleta. O Tecelão das Sombras não desaparecia tão facilmente. Ele era um mestre da sobrevivência, da dissimulação. Sentia isso na minha pele, como uma coceira incômoda que não podia ser ignorada.
Atravessei o salão, o vestido de seda azul deslizando atrás de mim, a máscara prateada escondendo metade do meu rosto. Mesmo assim, era impossível me misturar completamente. Os olhos — azuis, brilhantes, carregados da herança encantada — me denunciavam. Eu sentia olhares em minha direção. Respeito, curiosidade... e medo.
Victor, de pé perto da entrada principal, me lançou um olhar atento. Ele tamb