(Ponto de Vista de Aria)
Após um dia cansativo, marcado por projetos intensos e reuniões intermináveis, o motorista de Adam apareceu para me levar até em casa... Ou melhor, até sua casa, já que eu não conseguia chamá-la de lar, visto que nada ali me transmitia pertencimento. Adam, inclusive, tinha deixado claro que estaria envolvido em compromissos importantes, por isso eu não deveria aguardar por sua chegada.
Esse homem... Nos últimos tempos, ele vinha se comportando como se ainda fosse meu marido, embora, paradoxalmente, quando de fato era, nunca tivesse demonstrado qualquer preocupação. E justamente agora, quando não ocupava mais esse lugar, passava a agir como se fosse, provocando em mim um misto de fúria e confusão, dado que oscilava entre a raiva evidente e uma esperança quase imperceptível.
Assim que entrei, a casa parecia silenciosa e vazia.
— Onde está o vovô?
— Ele foi ao hospital para um check-up, senhora.
Embora a empregada me chamasse de "senhora", a falsidade em sua voz e