Menti.
Eu menti.
Eu. Menti. Para. Ela.
Ainda não sei porque fiz isso.
Por medo? Por não querer que ela descubra meu passado feio?
Não sei, mas quando vi, a mentira já havia saído. Escorregado pelos meus lábios e não tinha mais como voltar.
E agora eu sei que ela sabe que é mentira.
Estou olhando para a última mensagem que ela me escreveu.
“Sei que você não está com o seu padrinho. Só queria saber por que mentir?”
Escrevi e reescrevi para ela, mas sem saber ao certo o que falar.
Peço desculpas? Mantenho a mentira? Invento outra?
A brisa fria b**e em meu rosto, me despertando de meus devaneios e volto para a realidade, me lembrando de onde estou e porque eu vim.
A lapide cinza, gasta, quase brilha de volta para mim.
Marcela e Maicon, pais honrosos e amorosos.
Balanço a cabeça, rindo com desdém dessas palavras.
Pais honrosos?!
Minha mãe, talvez. Mas meu pai, com toda certeza, não.
Lembranças daquela noite me preenchem a memória. A briga, os