Barcelona estava vestida de festa.
Não com bandeiras ou fogos — mas com uma elegância silenciosa, como quem sabe reconhecer o nascimento de algo importante.
A Galeria D’Introspecta estava cheia antes mesmo das portas se abrirem oficialmente. Lá fora, um burburinho contido: vozes de várias línguas, flashes contidos, olhares curiosos.
Dentro da sala reservada para Allegra, a luz era suave, como sempre sonhou: não era para impressionar — era para acolher.
As quatro obras centrais estavam posicionadas em harmonia com o espaço:
— "Paris entre sombras," com tons suaves e um banco vazio.
— "Recomeço #1," feita de traços firmes, mas com fundo inacabado.
— "Rastro na neve," um campo branco atravessado por pegadas.
— E por fim, "Mil Vezes Você," a maior de todas — uma explosão de cor sobre um violino quase invisível ao fundo.
No centro da sala, o piano de cauda branco.
Ao lado, o violino de Lucca, repousando em cima do estojo.
E um cavalete virado para a parede vazia — Allegra pintaria ali, ao