118. O LOBO ESTRANHO
KAELA:
Nina sobressaltou-se, segurando meu braço para se estabilizar. Seus olhos, que antes brilhavam com incerteza, estavam agora cheios de terror e urgência.
— Não há tempo, precisamos sair daqui — disse com a voz rouca. — Eu chamei o Alfa Kaesar, minha Lua.
Mas eu não conseguia me mover nem chamá-lo. Sentia o frio se apoderando de minhas extremidades, como se o eco daquele uivo falasse a algo escondido dentro de mim, algo que havia estado adormecido toda a minha vida.
— Alfa Kaesar! — gritou Nina, puxando-me novamente. Suas unhas se cravaram em meu braço, me trazendo de volta ao presente. — Kaela, minha Lua, você precisa correr, reaja.
— O que está vindo? — perguntei, tentando manter a calma, embora soubesse que minha voz tremia um pouco.
— Uma besta, um lobo de sombra — sussurrou enquanto me empurrava em direção ao túnel mais próximo —. É a consequência de um ritual incompleto. O poder que não foi roubado se tornou algo, faminto. É coisa dos bruxos Arteones.
O conceito