Pietra Santini
Acordo com a cabeça latejando, a dor pulsando em um ritmo lento e constante. Minha boca tem um gosto terrível, como se um gambá tivesse decidido fazer dela sua morada. Solto um gemido baixo, pressionando a mão contra a cabeça em busca de algum alívio.
— Ai… — resmungo, minha voz rouca pelo cansaço.
Uma risada familiar ecoa pelo quarto. Abro os olhos lentamente e vejo Adônis encostado na porta, segurando um copo e uma cartela de remédios. Ele parece incrivelmente disposto, o oposto de mim.
— Bom dia — diz ele com um sorriso divertido. — Trouxe remédio e suco. Vai ajudar com a dor de cabeça.
Ele se aproxima, estendendo o copo e o comprimido para mim.
— Obrigada — murmuro, aceitando o remédio. Engulo o comprimido com um gole de suco, sentindo o líquido ácido passar pela garganta. Faço uma careta e devolvo o copo para ele. — Meu estômago tá esquisito…
— É por causa da bebida. Ontem ficou bem claro que você não é de beber.
Solto uma risada fraca, assentindo. — Realmente, on