continuação:
Minutos pareciam horas. Eu não conseguia me mover. Só pensava nela... no olhar dela, na dor, no medo estampado no rosto enquanto sangrava nos meus braços.
Foi quando ouvi passos apressados no corredor. Levantei o rosto e vi o pai de Olívia chegando com a mãe dela, seguidos por Paulo, Laura e Marcos. Todos estavam ofegantes, encharcados da chuva. O olhar deles foi direto pra mim.
— Cadê ela? Cadê minha filha?! — a mãe dela gritou, vindo na minha direção.
— Ela ainda está na cirurgia... — minha voz falhou. — Mas tiraram os bebês... os meninos estão vivos...
Laura levou as mãos à boca, soluçando. O pai de Olívia apertou meus ombros, firme, os olhos marejados.
— Ela é forte, Otávio... ela vai vencer essa batalha.
Foi então que a porta da sala de cirurgia se abriu com um estalo.
Um médico alto, de máscara abaixada e expressão exausta, caminhou até nós. Levantei num pulo, meu coração martelando o peito.
— E então? Ela tá viva?
Ele assentiu com um leve movimento da cabeça.
— Con