Observo o John devorando suas almôndegas como se fossem a última refeição da vida dele, enquanto dou um gole no meu suco de laranja bem geladinho. De repente, meu celular vibra em cima da mesa, quase derrubando o copo. Pelo som da notificação, já sei que é da minha rede social. Ah, as delícias da vida digital...
Abro o app, e lá está: o Lucca finalmente resolveu sair do modo fantasma e respondeu minha mensagem de ontem. “Como se você se importasse”, ele escreve, do jeitinho dele de sempre, cheio de atitude. Reviro os olhos e quase consigo ouvir a música dramática de fundo. Ontem à noite, pedi para ele me contar a versão dele da história e, em vez de responder, ele me ignorou bonito. Clássico do Lucca—o rei das surpresas.
“Se eu não me importasse, nem estaria aqui falando com você”, eu digito de volta, com um sorrisinho sarcástico no rosto, porque é claro que preciso dar o troco. Envio a mensagem e jogo o celular de volta na bolsa. Não vou deixar essa novelinha estragar meu momento de