Peter observou os três homens sendo levados pelos guardas, ainda trêmulos, um deles chorando baixinho.
O som das botas ecoou até que o silêncio voltou a dominar a sala.
Sabine, encostada na parede, o fitava com aquele sorriso que parecia feito para desarmar santos e provocar pecadores.
“ Delegado… ela começou, cruzando lentamente os braços“ Elvira e eu não nos damos muito bem.”
Peter arqueou uma sobrancelha, mantendo o tom frio.
“ E por quê?”
Sabine suspirou, um leve tremor percorrendo seus lábios antes do veneno sair.
“ Porque ela matou meu irmão. O outro ainda está vivo, mas ferido. Está no hospital, se recuperando”.
O ar pareceu rarefeito. Peter afrouxou o nó da gravata sem perceber; lembrava-se perfeitamente de algo semelhante nas palavras de Elvira, mas agora, a história soava diferente, com nuances que o desconcertavam.
Sabine se aproximou devagar, a voz mais baixa, quase um sussurro.
“ Não vou negar que certas carnes me agradam, delegado.” Um sorriso sinuoso curvou sua boca.