Interrogatório
Sabine entrou pela porta da delegacia como se fosse dona do lugar. O salto ecoava no chão frio e cada olhar que se virava para ela era engolido por aquele perfume doce e venenoso. O delegado Peter esperava de braços cruzados, expressão neutra, mas o olhar… aquele olhar a denunciava. Havia algo ali.
“Por aqui”, disse ele, abrindo a porta da sala de interrogatório.
Sabine entrou, se sentou lentamente e cruzou as pernas. O gesto foi calculado, o tilintar sutil do salto, o deslizar do vestido, o olhar que se demorou sobre ele como um toque invisível.
“Bonita a sala, delegado. Mas faltou um pouco de cor… talvez um toque feminino.”
Peter ignorou o comentário, puxando uma cadeira.
“Você sabe por que está aqui, Sabine?”
“Claro que sei”, ela respondeu, com um sorriso preguiçoso. “Mas preferia estar em outro lugar com você, se me permite ser honesta.”
“Não permito.” Ele abriu o caderno de anotações, mas a voz saiu menos firme do que queria. “Os homens que vieram da floresta, ele